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BAHIA

Estudantes baianas apresentam trabalho sobre quilombolas nos EUA

Governador Rui Costa recebeu Beatriz Pereira e Thayná Almeida na sede da Governadoria, no CAB

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27/05/2015 às 16:58 • Atualizada em 28/08/2022 às 4:35 - há XX semanas
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O governador Rui Costa recebeu na sede da Governadoria, no CAB, as alunas do 3º ano do Colégio Estadual Antonio Carlos Magalhães , Beatriz Pereira, 17 anos, e Thayná Almeida, 16, que foram destaques na International Science and Engineering Fair (Intel Isef), nos Estados Unidos. As jovens foram ao país pela primeira vez para apresentar um projeto sobre a identidade negra e quilombola no município de Antônio Cardoso, no centro norte do estado.
"Espero que o exemplo delas possa se multiplicar e contagiar os milhares e milhares de alunos da rede estadual, desejando que todos possam abraçar o Pacto pela Educação e convidar todos os professores, diretores [e] a família a se envolver”, afirmou Rui. O trabalho de Beatriz e Thayná foi um dos seis que receberam a distinção da Organização dos Estados Americanos (OEA) pela contribuição para o desenvolvimento regional da comunidade local.
Estímulo das famílias
Moradora da comunidade quilombola de Paus Altos, na zona rural de Antônio Cardoso, Thayná conta que sua família sempre a estimulou a estudar. Além dos pais, que só fizeram ensino fundamental, ela credita à avó paterna e aos tios professores o apoio necessário para desenvolver o projeto. “Eu quero ser advogada porque o município de Antônio Cardoso não é desenvolvido. Estudando e retornando para realizar todo o meu trabalho de pesquisa, vou ajudar no desenvolvimento do município e no fortalecimento da identidade negra”, revelou a jovem.
Beatriz também teve em seu núcleo familiar, o maior incentivo para realizar o trabalho, reconhecido internacionalmente. Filha de pai vigilante e mãe funcionária de restaurante, ela diz que seu próximo objetivo é ingressar em uma faculdade de Medicina. “Eu não teria chegado aonde cheguei, sem o apoio da minha família, e podemos dizer que estamos mudando a visão das pessoas no nosso município”.
Identidade negra
Um dos principais resultados obtidos através do projeto, desenvolvido no Colégio Estadual Antônio Carlos Magalhães, foi o maior reconhecimento da identidade negra entre os jovens do município considerado o mais negro do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que possui sete comunidades remanescentes de quilombos.
Orientadora de Beatriz e Thayná, a professora de Geografia Patrícia Peixoto destaca o efeito do trabalho nas meninas entre os colegas da Rede Estadual de Ensino. “O projeto despertou o interesse por novas perspectivas, o sonho de ter uma realidade diferenciada, de se tornarem autônomos e conquistar o espaço desejado por eles”.
Antes de apresentarem a pesquisa, em Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, as alunas foram classificadas, na feira de ciências da unidade escolar, e depois representaram a Bahia na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), por meio dos programas Ciência na Escola e Feira de Ciências e Matemática da Bahia. Agora as estudantes querem ampliar os contatos com outras comunidades quilombolas e registrar o material em videodocumentário. [youtube MFWmLyTS-4o]

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