Amanhã, a vendedora ambulante Luzania Maria Pereira, 50 anos, só precisará da ponta do dedo para se identificar na sua seção eleitoral, em Pojuca, Região Metropolitana de Salvador. “Desde a última eleição, usamos esse sistema, foi muito fácil e ninguém reclamou. Já votei com papel, na urna e, agora, com esse sistema novo. Nem se compara, é muito mais rápido”, conta Luzania. O sistema que a eleitora pojuquense se refere é o biométrico, método de identificação individual baseado em medidas biológicas, no caso das eleições, no reconhecimento das digitais. Esta é a segunda vez que os eleitores de Pojuca vão utilizar o sistema - a primeira foi nas eleições de 2010.
Na cidade, com 66 seções equipadas com o novo modelo de urna eletrônica - além de outras oito reservas -, todos os 24.252 eleitores estão aptos para serem identificados através do reconhecimento da digital. “Em 2009, foi feito o recadastramento de todos os eleitores de Pojuca. Desde 2010, qualquer novo alistamento na cidade é realizado com a coleta dos dados dentro dos padrões biométricos”, afirma a coordenadora do cadastro eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral baiano (TRE–BA), Elma Teixeira. “É feita a leitura do polegar, mas também pode ser utilizada a leitura dos demais dedos, caso haja alguma dificuldade, se a pessoa tiver perdido o desenho das digitais por causa de algum produto químico, ou algum corte”, explica. Elma Teixeira diz que a possibilidade de não haver o reconhecimento das digitais é remota, considerando o relatório pós-eleições do último ano eleitoral, e só ocorre em casos de descamações severas na palma da mão. Porém, caso haja problema na leitura, o presidente da seção é chamado para a identificação do eleitor nos padrões antigos (apresentação do documento com foto, para comparação com retrato da folha de votação, e assinatura de um documento). Será o presidente que digitará um código que liberará o voto do eleitor não identificado pelo sistema. DocumentosApesar de não ser obrigatória a apresentação de documento com foto nas seções com tecnologia biométrica, o TRE-BA recomenda que o mesmo seja levado, para facilitar a localização do cadastro do eleitor. Em agosto, o TRE-BA testou o funcionamento da votação com identificação biométrica durante o Simulado Nacional da Justiça Eleitoral, que serviu também para verificar os programas de apuração, totalização e divulgação dos resultados da eleição. Eleitores das seções 1 e 2 (que votam na escola Conselheiro Saraiva, em Pojuca), da 200ª Zona, compareceram ao local do voto para simular o dia da votação, já com a tecnologia que será usada amanhã. ExpansãoPara as próximas eleições, a expectativa é de expansão da tecnologia na Bahia - atualmente só Pojuca dispõe do sistema biométrico. Segundo a presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, a desembargadora Sara Silva de Brito, até 2018 o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pretende ter concluído 100% das zonas eleitorais da Bahia. A principal função da biometria é o impedimento de fraudes no processo eleitoral, evitando que outra pessoa vote no lugar de quem deveria votar. “Desde que votei pela primeira vez já foi com a leitura biométrica. Acho importante o investimento nessas tecnologias. Não mudou muito a forma como votar e o que mudou foi pra melhor”, afirma a estudante Yne Manuela Cardoso, 20 anos. BrasilNestas eleições, segundo o TSE, 7,7 milhões de pessoas em 299 municípios utilizarão o sistema no Brasil. O sistema biométrico deverá ser utilizado no país além do período eleitoral, auxiliando também a implantação do Registro de Identificação Civil (RIC), número único que identificará cada brasileiro para identidade, carteira de motorista, passaporte e outros documentos. Matéria original Correio 24h Pojuca é única cidade baiana a ter votação com urna biométrica
A principal função da biometria é impedir fraudes no processo eleitoral |
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