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Caso Hyara Flor

Polícia Civil conclui inquérito sobre morte de cigana adolescente na Bahia

Documento foi encaminhado para o Poder Judiciário com o indiciamento de duas pessoas. Criança de 9 anos teria sido autor do disparo

Redação iBahia • 11/08/2023 às 9:02 • Atualizada em 11/08/2023 às 11:33 - há XX semanas

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					Polícia Civil conclui inquérito sobre morte de cigana adolescente na Bahia
Foto: Reprodução / Redes Sociais

A Polícia Civil da Bahia, por meio da Delegacia Territorial de Guaratinga, concluiu o inquérito policial sobre a morte da adolescente cigana Hyara Flor Santos Alves, que aconteceu no início de julho deste ano. A investigação aponta que o tiro que atingiu a jovem foi deflagrado pelo cunhado da adolescente, de 9 anos.

As provas indicam ainda que a criança e Hyara brincavam com a arma no quarto dela quando o disparo foi feito. Além do garoto, a sogra da adolescente foi indiciada por homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo, já que a pistola utilizada no crime pertencia a ela. O tio de Hyara também foi indiciado por disparo de arma de fogo, mas a indicação é referente aos tiros feitos contra a residência do casal de adolescentes.

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Foto: Reprodução / Redes sociais

O documento foi encaminhado para o Poder Judiciário, na quinta-feira (10). O adolescente de 14 anos, ex-companheiro da vítima e que foi o principal suspeito durante toda a investigação, foi ouvido por meio de vídeo conferência pela juíza da comarca de Guaratinga. A sua permanência na internação socioeducativa ficará a cargo do Ministério Público e do Poder Judiciário.

Os autos, construídos com apoio da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Eunápolis), constam laudos periciais e oitivas de 16 pessoas, entre elas, duas crianças que prestaram depoimento especial com a presença de promotor de Justiça da Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público da Bahia. Também foram analisadas imagens de câmera de vigilância do endereço do fato, documentos e mensagens de celular e redes sociais, além de apurações em campo.

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Foto: Reprodução / Redes Sociais

O disparo e o armamento

Em entrevista coletiva, a Polícia Civil informou que Hyara Flor brincava com o cunhado portando uma arma. Ela recebeu o armamento da sogra dias antes. Na prática, a mulher pediu que a adolescente guardasse o revólver, adquirido em Vitória da Conquista, para que os filhos não pegassem.

Paulo Henrique de Oliveira, coordenador da 23ª Coorpin/Eunápolis, explicou que a adolescente cigana pediu ao cunhado que mostrasse como ele faria se tivesse assaltando alguém.

"Finja que você vai me assaltar e como você faria. O menor, no manusear da arma, que estava carregada, pressionou o gatilho, ocorrendo o disparo", disse o coordenador.

Após o ocorrido, a criança saiu correndo para pedir ajuda. O marido da adolescente cigana chegou no espaço e manuseou a arma, que tinha caído no chão. "O menor disse que a arma caiu e o irmão, que estava no outro cômodo, descarregou a arma e colocou em cima da penteadeira", detalhou Paulo Henrique de Oliveira.

Ainda segundo a polícia, a perícia confirma a trajetória da bala e faz uma comparação com a altura dos irmãos.

O crime

O assassinato aconteceu no dia 6 de julho, pouco mais de um mês depois que a vítima se casou com o suspeito. O laudo da necropsia, que foi divulgado pelo g1 bahia, mostra que a causa da morte foi "asfixiada por lesão complexa". O termo médico indica que Hyara Flor se asfixiou no próprio sangue após ser baleada.

Segundo a versão do pai de Hyara, Hiago Alves, a vingança teria sido tramada pela família do marido da filha dele desde o casamento. Na época da traição, inclusive, imagens íntimas dos dois teriam sido vazadas nas redes sociais.

"Eles armaram, me induziram [a conceder o casamento]. Mataram minha filha, em uma morte injusta, por vingança. Meu irmão tinha caso com a mulher dele [sogro de Hyara], ao invés dele descontar e brigar com meu irmão, eles mataram minha filha inocente", disse o pai da vítima. "Eu quero pedir justiça pela minha filha, em primeiro lugar. Mataram uma criança inocente. Eu quero justiça, a justiça de Deus e a da delegacia”, completou.


				
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Foto: Reprodução / Redes socias

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    Ainda de acordo com Hiago em entrevista à TV Bahia, a adolescente vinha sofrendo violência doméstica desde o dia em que foi morar com a família do marido. Isso há cerca de 46 dias, quando o casamento foi celebrada em uma igreja católica de Guaratinga.

    “Minha filha, desde o primeiro dia que casou com ele, estava sofrendo. Compraram estaca [pedaço de pau] para bater em minha filha. Vi minha filha com o braço roxo e perguntei o que era aquilo. A mãe dele [genro] não deixou minha filha responder, e disse que tinha sido eles dois brincando, que ele tinha mordido ela”.

    Alguns dias atrás, um vídeo que circula nas redes sociais mostra o sogro de Hyara Flor Santos Alves exibindo uma arma de fogo enquanto bebe dentro de um bar. A advogada da família, Janaína Panhossi, contou que a família acredita que a arma exibida pelo homem pode ser a mesma utilizada no crime. No entanto, ainda não há essa informação.

    
				
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    Foto: Reprodução / TV Bahia

    O caso tem chamado atenção nacionalmente. A autora Gloria Perez, que teve a filha assassinada pelo ator Guilherme de Pádua no passado, usou o perfil oficial nas redes sociais para dividir com os internautas a morte adolescente e alertar para o crime.

    "Hyara e Amadeus se casaram há menos de dois meses. Os dois tem 14 anos, são ciganos e, conforme a tradição, sendo as famílias amigas, o casamento foi arranjado pelos pais. Essa semana Hyara foi assassinado com tiro de pistola. Amadeus seu pai e outro homem fugiram, e estão sendo caçados pela polícia e pelo pai de Hyara. Foi na Bahia", escreveu ela no Instagram.

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    Foto: Reprodução/Redes Sociais
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