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Investigação

Secretários da BA e representantes de Ministério discutem assassinato de Mãe Bernadete

Bernadete Pacífico foi morta a tiros na associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho

Redação iBahia • 18/08/2023 às 17:46 • Atualizada em 18/08/2023 às 20:13 - há XX semanas

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					Secretários da BA e representantes de Ministério discutem assassinato de Mãe Bernadete
Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Os secretários do Governo da Bahia se reuniram com o secretário representante do Ministério da Igualdade nesta sexta-feira (18), para discutir o assassinato de Bernadete Pacífico. A líder do Quilombo Pitanga dos Palmares foi morta a tiros na noite de quinta-feira (17), em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador

Participaram da reunião o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner; o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas; a secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães; e o secretário Nacional de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais, de Matriz Africana, Povos de Terreiro e Ciganos, Ronaldo Santos.

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De acordo com o secretário Marcelo Werner, as equipes de segurança estão trabalhando para elucidar o crime e prender e os responsáveis.

"De imediato as Polícia Militar, Civil e Técnica, se deslocaram até o local e iniciaram as investigações para que a gente possa, de forma prioritária, elucidar os fatos e alcançar os responsáveis por esse crime bárbaro. A gente não vai descansar até chegar nos responsáveis por esse homicídio", disse.

O secretário Nacional de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais, de Matriz Africana, Povos de Terreiro e Ciganos, Ronaldo Santos, veio à Bahia para acompanhar a investigação de perto. Ele informou que a recomendação foi dada pela ministra da Igualdade Anielle Franco.

"Esse é um caso que não pode ficar impune. Queremos um resultado positivo, no sentido de que a Justiça seja feita".

"Viemos aqui dizer ao governo da Bahia que estamos juntos nesse caso, queremos acompanhar de perto essa investigação e queremos que esse crime não se encerre no esquecimento", afirmou.

Já o líder da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, disse que a orientação do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, é de que todos os secretários estejam mobilizados para acompanhar as investigações.

"Nossa sociedade baiana está indignada com o que aconteceu e nós vamos ser firmes para garantir que as investigações aconteçam e que para os eventuais mandantes sejam identificados. Não podemos ceder à violência, nós temos que resistir", disse.

O secretário ainda afirmou que o governador entrou em contato com o presidente Lula, com a presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e com o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino. Segundo ele, todos sinalizaram que as instituições democráticas "estão ao lado do Governo da Bahia".

"Oferecer todas as respostas que a sociedade precisa, honrar com Justiça a memória de Mãe Bernadete e prevenir que novos fatos como esse ocorram no nosso estado", afirmou.

A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, finalizou dizendo que a investigação deve ser "séria, célere e resultar em punição".

"Também temos oferecido todo acolhimento à comunidade, para que nenhum outro episódio de violência abata nenhuma liderança de povos e comunidades tradicional do nosso estado", disse a secretária.

Crime

A yalorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Maria Bernadete Pacífico, que é mais conhecida como Mãe Bernadete, foi assassinada na noite desta quinta-feira (17), em Simões Filho, cidade da Região Metropolitana de Salvador. O crime aconteceu dentro de um imóvel que pertence a Base Comunitária, onde habita a família da religiosa. A suspeita inicial é de que o caso esteja ligado a tentativas de invasão e ocupação de terras na região.

Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública da Bahia, dois homens, ainda não identificados e usando capacetes, entraram no imóvel por volta das 20h, fizeram familiares da vítima reféns e fugiram levando celulares.

O filho da idosa de 72 anos pediu justiça durante uma entrevista à TV Bahia. Wellington dos Santos também relembrou o assassinato do irmão Flávio Gabriel Pacífico, conhecido como Binho do Quilombo, em 2017. Ele ainda afirmou que a mãe estava com três netos no momento em que foi morta e que ela foi atingida por tiros no rosto .

"Minha família está sendo perseguida. Em 2017, meu irmão foi assassinado da mesma forma e ontem minha mãe foi executada enquanto estava com seus três netos. Queria saber o que a gente fez para esse povo. Não sabia que fazer o bem contraria tanto as elites", disse o filho da líder assassinada.

Wellington ainda afirmou acreditar em uma relação entre as mortes da mãe e do irmão. "Um crime liga ao outro. Eu confio na justiça de Deus e dos homens. Desse jeito, eles querem dizimar minha família", disse.

"Agora só tem eu, então eu sou o próximo, mas eu não tenho medo não, eu só nasci uma vez e morrerei apenas uma vez e morrerei lutando", completou.

A Polícia Civil confirmou, durante coletiva na tarde desta sexta-feira (18), que as armas utilizadas no assassinato de Mãe Bernadete são de uso restrito. Investigações preliminares indicam que a yalorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares foi morta com tiros de calibre 9mm.

"A perícia localizou vários vestígios de calibre 9mm. Por essa ser uma arma de uso restrito, ela é usada por indivíduo de índole mais violenta, que tem coragem para cometer o crime, o que requer uma atenção maior da investigação", disse a delegada Andréa Ribeiro, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Ainda de acordo com a policial, não há uma linha de investigação definida. Com isso, não está descartado que o crime tenha correlação com a morte do filho da líder religiosa.

"O nosso foco agora é trabalhar na elucidação desse crime. Mas é lógico que não podemos descartar uma possível correlação com a morte do filho dela, ocorrida em 2017", afirmou a delegada, que destacou que a polícia também trabalha com outras hipóteses como ameaças e atuação do tráfico de drogas na região.

Uma equipe multidisciplinar da Polícia Civil está trabalhando na investigação do caso. De acordo com a corporação estão envolvidos os departamentos de Polícia Metropolitana (Depom); de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP); Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc); de Inteligência Policial (DIP) e Coordenação de Conflitos Fundiários (CCF).

A polícia destacou ainda que as investigações, já reforçadas, utilizarão toda tecnologia disponível, junto com as perícias realizadas pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). No momento em que foi assassinada, Mãe Bernadete estava com três netos.

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