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Vereador acusado de xenofobia contra baianos pede desculpas e diz que esposa pensa em divórcio

Político, que está com mandato em risco de cassação, publicou vídeo nas redes sociais com desabafo

Redação iBahia • 02/03/2023 às 22:13 • Atualizada em 02/03/2023 às 22:24 - há XX semanas

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					Vereador acusado de xenofobia contra baianos pede desculpas e diz que esposa pensa em divórcio
Foto: Reprodução / YouTube

O vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul (RS), acusado de xenofobia após discursar sobre o caso de trabalho escravo com baianos, publicou um vídeo pedindo desculpas nas redes sociais, nesta quinta-feira (2).

Na manifestação pública, o político afirma que está "profundamente arrependido" pelo que falou. Ele ainda contou que sofreu ameaças da família e que a esposa pensa em pedir divórcio após a repercussão do caso. Assista o vídeo abaixo

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"Em um momento de lapso mental, proferi palavras que não representam o que eu sinto pelo povo da Bahia e do Norte/Nordeste. Somos todos iguais e registro que estou profundamente arrependido… Mas o que está acontecendo, meu povo, é que a minha esposa chora noite e dia, recebendo mensagens ofendendo ela com todos os piores nomes que vocês podem imaginar. Ela está pensando até em me deixar. O meu pai e a minha mãe com 80 anos só choram dia e noite pelas ligações maldosas que estão recebendo e ofensas. Eu pergunto: o que eles fizeram de errado? Cobrem de mim, não da minha família", disse Fantinel, em lágrimas.

Ainda no relato, o vereador pede que ele seja cobrado pelo "erro" e que se pudesse "voltar atrás, não faria mais".

"Se alguém cometeu um erro, fui eu que cometi. Eu estou extremamente arrependido e peço perdão pelo o que eu fiz. Se eu pudesse voltar atrás, eu não faria mais e não vou fazer nunca mais. Me perdoem todos aqueles que se sentiram ofendidos", concluiu o vereador.

Mandato sob risco

Nesta quinta-feira, a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul aceitou por unanimidade os pedidos de cassação do vereador. Com isso, foi criada uma comissão parlamentar processante para avaliar o caso. O grupo tem 90 dias para a decisão. O vereador já foi expulso do partido Patriota, do qual fazia parte.

Na terça-feira (28), em discurso na Câmara de Vereadores da cidade do Rio Grande do Sul, ele pediu que os produtores da região “não contratem mais aquela gente lá de cima”, se referindo a trabalhadores vindos da Bahia.

A maioria dos trabalhadores contratados para a colheita da uva veio do estado nordestino. A fala do vereador era sobre aos 200 homens encontrados em situação semelhante à escravidão em um alojamento de Bento Gonçalves, na Serra gaúcha.

Além da expulsão do partido e de uma possível cassação, um boletim de ocorrência foi aberto contra ele pelo deputado estadual Leonel Radde (PT) na terça. O Ministério Público do Trabalho (MPT) do RS também anunciou que investigará o parlamentar por apologia ao trabalho escravo.

Discurso xenofóbico

No discurso, Sandro Fantinel culpa os empregados pelas condições em que foram encontrados. “Um agricultor me ligou e pediu para eu ver um alojamento onde ficam os trabalhadores temporários e não dava para entrar do fedor de urina, da imundície que eles deixaram em uma semana. E a culpa é de quem? O patrão vai ter que pagar o empregado para fazer limpeza para os bonitos? Temos que botar eles em um hotel cinco estrelas para não termos problema com o Ministério do Trabalho?”, questionou, antes de citar os baianos.

Em seguida, o vereador falou para as empresas agrícolas e aos agricultores não contratarem trabalhadores baianos. “Não contratem mais aquela gente lá de cima. Contratem argentinos. São limpos, trabalhadores, corretos e quando vão embora ainda agradecem pelo trabalho.”

Em sessão gravada, o vereador continua: “Nunca tivemos problema com um grupo de argentinos. Agora com os baianos, que a única cultura que eles tem é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema. E que isso sirva de lição. Que vocês deixem de lado esse povo que está acostumado com Carnaval e festa.”, continua.

“Se estava tão ruim a escravidão, porque eles não quiseram deixar a empresa? Vamos abrir o olho quando eles falam em ‘trabalho análogo a escravidão’”, finaliza.

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