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Hoje existem aplicativos nos celulares e portais na internet para tudo: aprender idiomas, cozinhar, falar mal dos ex-namorados ... e não seria diferente quando o assunto é o mercado imobiliário. Empresas do setor investem na interação virtual para tornar suas empresas conhecidas e alavancar as vendas. Com a evolução da internet e proliferação dos celulares tipo smartphones, a interação tem ido muito além do desenvolvimento de sites apenas com as informações básicas das empresas e empreendimentos. “Essa interação ainda é um desafio do setor. Quem já investe na modernidade das mídias sociais já possui retorno positivo para suas marcas”, opina Nilson Sarti, presidente da Associação das Empresas Dirigentes do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA). Um exemplo de investimento em redes sociais é a Construtora Tecnisa, que, atualmente, tem 42% do seu faturamento direcionado através de plataformas digitais. A empresa possui pelo menos dez canais de interatividade com os clientes nas mais diferentes redes sociais: Facebook, Instagram, Pinterest, Youtube, Foursquare, dentre outros. “Desde 2001, a Tecnisa já vendia pela internet. Fazemos essas ações por convicção na importância da interação virtual e não como convenção, o que muitas empresas têm feito hoje. É preciso entender que a rede social não é apenas um mecanismo de venda, mas também de diálogo e a ponte de mídia com os consumidores”, explica Marcelo Trevisani, especialista de redes sociais e marca da Tecnisa. Na Bahia, a empresa possui empreendimentos no bairro do Itaigara, em Salvador, e em Lauro de Freitas. Em 2006, a Tecnisa lançou blog e perfil no Orkut, então rede social mais acessada do Brasil. “Vender é consequência. A internet leva o público para os estandes de vendas e dos estandes para a internet. O investimento não é alto, mas o retorno tem sido positivo”, explica Trevisani citando o exemplo do empreendimento Jardim Perdizes, que a empresa lançou em São Paulo, que teve faturamento de R$ 20 milhões após investimento em redes sociais.
Investimento Camila Costa, head de marcas e negócios da Fbiz, empresa que desenvolve estratégias digitais, explica que os clientes do mercado imobiliário buscam as informações pela internet. “60% do processo de decisão da compra de imóveis atualmente acontece online. Os consumidores chegam mais informados, mais decididos e mais exigentes aos estandes de vendas”, explicou Camila durante a 24ª Convenção Anual da Ademi-BA, que aconteceu no início desse mês em Praia do Forte, na Bahia. Responsável por novos negócios e pelo relacionamento e gestão de mais de 40 marcas, Camila conta que o alto volume de procura por informações tem forçado as empresas a investir nessa outra forma de divulgação. “Hoje, 64% dos interessados em comprar um imóvel assistem pelo menos um vídeo no Youtube”, destaca Camila. Dados do Google, indicam que só no mês de junho deste ano, cerca de 12 milhões de brasileiros visitaram sites imobiliários. Informações do Google indicam que os 100 principais termos de busca no portal de buscas para o setor imobiliário cresceram 40% nos dois últimos anos. De olho nessa forma de divulgação, as empresas chegam a pagar anúncios direcionados dentro do portal para quando houver uma busca, o link do seu empreendimento seja relacionado nas primeiras páginas. “Isso tem um reflexo muito importante nas nossas vendas. O empreendimento que não tem informação na internet hoje completa perde credibilidade e cliente”, conta Pedro Amaral, corretor de imóveis que trabalha com empreendimentos de alto padrão. Amaral, que já atua no mercado há dez anos, revela que precisou fazer um curso para aprender a usar as ferramentas da internet.
Busca A dinâmica de buscas na rede por informações sobre imóveis - tanto para aluguel como para venda - estimula o crescimento de empresas relacionadas ao tema. É o caso do portal VivaReal que possui cerca de um milhão de anúncios de casas e apartamentos para compra, venda e locação. O portal recebe mais de quatro milhões de visitas por mês. “Os clientes buscam as informações na internet para validar os dados, mas continuam indo nas imobiliárias. Uma coisa não anula a outra. O importante é que as empresas entendam que a internet é um canal de apoio e não tem um retorno imediato”, opina o vice-presidente de marketing corporativo e sócio do VivaReal, Diego Simon. Simon ressalta que há um direcionamento específico inclusive para pesquisa feita por tablets e outros dispositivos móveis. “Há dispositivo de busca que permite ao site, portal ou aplicativo identificar o local onde a pessoa está conectado e direcionar o resultado das buscas pela região”. Esses dispositivos são feitos através de anúncios no Google que variam pelo preço e tempo de exposição na internet. As empresas não revelam os valores dos investimentos. Mas simulações feitas pelo Correio Imóveis no Google Adwords indicam que é possível anunciar a partir de um investimento de apenas R$ 20. “Grandes construtoras já aplicam bem esse uso.Mas, existem muitos que não acreditam e chegam até a proibir o acesso de redes sociais por seus funcionários dentro das próprias empresas”, ressalta Simon. Ele indica que dos acessos do portal VivaReal, cerca de 500 mil contatos de pessoas interessadas em comprar imóveis são realizados mensalmente. O público que procura informações sobre imóveis na internet é bastante diversificado. “Todo mundo que compra imóvel, hoje, faz pelo menos uma busca na internet independente do tipo de empreendimento”, destaca Simon. Matéria original: Correio 24h
Empresas chegam a vender 40% de seus imóveis por redes sociais