Cinco jovens da União da Juventude Socialista (UJS) protestaram nesta terça-feira (11) na Câmara contra a possibilidade de que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos. Elas trocaram até beijos gay durante o protesto e disseram que não faz sentido que Bolsonaro assuma a comissão, por se tratar de um "filhote da ditadura, homofóbico, racista e fascista. Segundo O Globo, Bolsonaro foi ao local e provocou as estudantes, reafirmando que está se empenhando para ser escolhido para presidência da comissão. "A juventude que foi às ruas em junho do ano passado não quer a retirada de direitos humanos, quer que eles se ampliem. Não somos héteros, nem lésbicas, somos livres. Conversamos com o deputado Vicentinho ( líder do PT), queremos chamar os partidos à responsabilidade para que a comissão não caia em mãos erradas. Bolsonaro é inimigo dos Direitos Humanos. O ônibus que trouxemos para cá foi impedido de entrar na Casa do povo. Essa Casa errou no ano passado e quem pagou foram os movimentos LGBT, os negros", disse Maria das Neves, da UJS. "Ô liderança, preste atenção. CDH, Bolsonaro não", cantavam as manifestantes. Bolsonaro foi até o local e disse que todos têm direito a tratamento igual, e portanto se ele for presidente da comissão as minorias não terão privilégios. "Quando eu defendo pena de morte é para uma minoria que aterroriza a maioria. Aquele vagabundo preso no Rio é um vagabundo, não um excluído. Minha comissão não terá espaço para defender esse tipo de pessoa! Defendo a redução da maioridade (para crimes), planejamento familiar. Uma mulher tem que poder fazer laqueadura com 18 anos", explicou Bolsonaro. "Direitos Humanos não é para vagabundo. Elas podem se beijar à vontade. Minha briga não é contra o homossexual, mas contra o material escolar que estimula o homossexualismo. Por que eu tenho que respeitar homossexuais? Eles é quem têm que nos respeitar!", disse ainda. O deputado ainda disse que o Presídio de Pedrinhas, onde presos têm sido assassinados, é "a única coisa boa do Maranhão". "Quem estupra, mata, tem que ir para lá (prisão) sofrer. Pedrinhas é a única coisa boa do Maranhão. É só não matar, estuprar, que não vai para lá. Vai manter esses caras na vida boa?", disse para a imprensa. Depois de falar com jornalistas, Bolsonaro foi ao corredor onde estavam as estudantes, com quem discutiu e bateu boca. Logo depois foi embora. Decisão adiada Diante do impasse da criação de novas comissões na Câmara dos Deputados, os líderes partidários deixaram para a próxima semana a divisão dos grupos de trabalho. O PT vem sendo pressionado por grupos ligados à defesa dos Direitos Humanos para priorizar a área, evitando assim que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) seja contemplado com a presidência desta comissão. Já o PSC, que no ano passado controlou a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, exige o desmembramento de grupos permanentes para ser atendido na repartição dos trabalhos na Casa. O PT decidiu que sua prioridade é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas vem sendo pressionado pelo governo para assumir a comissão ligada à Saúde (Seguridade Social e Família). Há demanda interna no PT para que a sigla controle também Educação e Agricultura. O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), evitou entrar na polêmica. Ele disse que não é bom reviver o clima de hostilidade do ano passado, quando foi eleito para a presidência da comissão o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), para protestos de militantes. Alves diz que no debate não cabe radicalismo e todos os partidos podem pleitear e indicar representantes. "Certamente não é aconselhável viver aquele clima inicial que vivemos ( na época do Marco Feliciano) se bem que as coisas depois se ajustaram. Mas é uma comissão muito importante para as minorias. Acho que não cabe nenhum tipo de radicalismo, mas é um direito dos partidos indicarem seus representantes", disse a O Globo.Matéria original: Correio 24h Estudantes protestam contra Bolsonaro com beijo gay e ele responde: "Por que tenho que respeitar?"
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