Um homem foi preso em flagrante por ter matado sua companheira dentro de casa e, depois, ter montado um cenário que indicasse suicídio, no bairro Boa Vista, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. O crime ocorreu nesta semana. A tentativa de escapar, entretanto, foi frustrada pela polícia.
Quando o hospital municipal acionou a Polícia Civil, o delegado Renato Mariano, da 132ª DP (Arraial do Cabo), desconfiou da versão relatada e iniciou as investigações que comprovariam que as circunstâncias da morte de Gislane Alves da Silva, de 32 anos, correspondiam, na verdade, a um feminicídio.
— Nós recebemos um pedido do hospital para remoção do cadáver de uma mulher com a informação de que ela tinha sido enforcada — afirmou o delegado nesta sexta-feira, acrescentando que estranhou as circunstâncias e começou a verificar o que estava por trás do ocorrido.
As investigações apontaram que o companheiro da vítima, identificado como Pedro Mariano dos Santos, de 40 anos, forjou uma cena de suicídio na residência do casal.
Pedro alegou aos policiais que os dois teriam dormido e, no meio da madrugada, ele acordou dando falta dela na cama. O acusado disse que ao procurá-la se deparou com ela enforcada, pendurada por uma canga de praia, com pescoço enlaçado pela canga. Ele então teria cortado a canga e a levado para o hospital.
— Eu achei muito estranha e fantasiosa a história e de imediato determinei que fossem feitas as diligências para esclarecer o fato. Localizamos uma testemunha e logo depois mais outra que contradisseram totalmente a versão dele. Por fim, entrei em contato com o IML no momento da realização do exame de necrópsia. Foi verificado pelo perito que era inviável que ela tivesse se enforcado. As lesões mostravam que se tratava de um homicídio — disse Renato Mariano.
A polícia concluiu, portanto, que "como só tinham os dois dentro de casa, não restaram dúvidas de que foi ele que enforcou a própria companheira". Com isso, Pedro foi preso em flagrante pelas práticas dos crimes de feminicídio e fraude processual, sendo este "pelo fato de ele ter montado todo um cenário alterando a realidade dos fatos para tentar enganar a Justiça", explicou o delegado.
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"No exame de necrópsia, foi verificado a impossibilidade de ter ocorrido o suicídio pelas consistentes evidências de que a asfixia mecânica foi produzida por terceira pessoa", informou a assessoria de imprensa da Polícia Civil em um comunicado.
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Redação iBahia
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