Investimentos e criatividade são as ferramentas das escolas da Grande São Paulo para lidar com a falta de água. As cisternas têm sido uma das opções mais procuradas para os estabelecimentos que podem arcar com os custos. Apesar de a água da chuva não ser própria para consumo, as reservas podem ser usadas para garantir a limpeza e o funcionamento dos banheiros.
O Colégio Pio XII, no Morumbi, zona sul paulistana, gastou R$ 1,5 milhão em uma obra para aproveitar a água que cai nos telhados da escola. “O colégio, há mais de um ano, começou uma obra para ampliar a área do telhado para, além de cobrir toda a área do prédio, permitir que a água seja captada e concentrada em um único espaço de armazenamento”, explicou o coordenador administrativo, Vicente Brandão Neto. Segundo ele, apenas meia hora de chuva forte é suficiente para encher os 40 mil litros da cisterna.
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O prédio mais novo do complexo onde estudam 1,3 mil jovens já foi construído com os equipamentos para captação de água da chuva. Vicente ressalta que a preocupação com o meio ambiente faz parte dos ideais da escola. “Como é um colégio franciscano, já faz parte da filosofia do colégio se preocupar como o meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável”, disse.
Mesmo não sendo atendido pelo Sistema Cantareira, que tem a situação mais crítica, o Pio XII não está à margem da crise que afeta toda a metrópole. De acordo com o administrador, nos últimos meses, a água vem chegando com uma cor barrenta. “A gente nota que nos vasos sanitários fica uma mancha quando a água fica parada muito tempo”, conta. As alterações no abastecimento têm até causado entupimento nos filtros. “A gente costumava trocar os filtros apenas na validade, que dura seis meses. Hoje, a gente chega trocar o filtro com dois ou três meses por entupimento”, relata.
Na Luz, região central da capital, a Escola Estadual Prudente de Moraes também conta com o reforço de uma cisterna que aproveita a água que cai no telhado e no pátio. A instituição é uma das 104 escolas estaduais que contarão com o novo sistema. A rede estadual é composta de 5,3 mil estabelecimentos de ensino.
A diretora da Prudente, Mirian Koiffman, avalia que a cisterna mais a caixa de água garantam uma autonomia de quatro dias, em caso de um racionamento mais severo. “Eu acredito que aqui não vai ter problema nenhum”, disse otimista em relação ao abastecimento da escola que tem 1,2 mil alunos de 6 a 10 anos. Porém, em caso de problemas no abastecimento, a orientação é chamar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
A empresa disponibiliza o número 195 para atendimento de estabelecimentos prioritários, como escolas e hospitais. Em caso de falta de água, a Sabesp diz que garantirá o abastecimento com caminhões-pipa.
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Luiz Olinto Tortorello, em São Caetano do Sul (ABC paulista), alunos e professores trabalharam juntos para uma solução que reduzisse o consumo de água. A ideia tem dado certo e consiste em colocar uma garrafa plástica dentro das caixas das descargas, reduzindo o consumo em um litro por uso. A medida conseguiu diminuir em 6,5 mil litros o consumo diário de 52,5 mil litros. “Nós estamos fazendo uma bela economia”, enfatizou o diretor Vilson De Biazi.
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