O Instituto Butantã está se organizando para desenvolver um soro contra o vírus ebola. A iniciativa deve ser realizada em parceria com o Instituto Nacional da Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, Jorge Kalil, diretor de pesquisa do instituto, os últimos trâmites estão sendo feitos para a assinatura do contrato com o NIH e, se as autoridades brasileiras liberarem a pesquisa, o novo soro estará disponível dentro de nove meses para aplicação em humanos.Ainda na entrevista, Kalil explicou que o soro é diferente de uma vacina. Na aplicação de vacinas, ocorre a chamada "indução de imunidade ativa": o organismo é induzido a produzir os próprios anticorpos. Já na aplicação de soros o que ocorre é a "indução de imunidade passiva". "Nesse caso, pegamos os anticorpos já produzidos por outra pessoa, ou por outro animal."
O novo soro deverá ser desenvolvido com base na imunização de cavalos com o vírus da raiva, em versão modificada com a proteína do ebola. Assim que o contrato for assinado, segundo Kalil, o NIH enviará o material biológico necessário para a imunização. O pesquisador afirma que a possibilidade da tentativa dar certo é muito grande, porque a proteína do ebola importante para a pesquisa está presente na estrutura do vírus da raiva.A ideia é conseguir um soro neutralizante contra o vírus ebola, semelhante ao soro da raiva. O tratamento que mostrou mais eficácia até agora contra o ebola foi o coquetel Zmapp: uma mistura de três anticorpos que se prendem às proteínas do vírus do ebola, ativando o sistema imunológico para que ele seja destruído. Uma vez que os cavalos forem imunizados, os cientistas verificarão se o organismo dos animais foi induzido a produzir, em grande quantidade, anticorpos neutralizantes. Depois de uma série de testes de toxicidade no Brasil, os americanos farão testes de inibição do soro com modelos de macacos. Com informações da Veja Online.
Novo soro será desenvolvido em pareceria entre dois institutos |
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