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Jovem de 22 anos fatura alto como sereio no Rio de Janeiro

Davi Moreira costurou sua primeira cauda usando pés de pato

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Redação iBahia

28/05/2017 às 10:32 • Atualizada em 28/08/2022 às 21:46 - há XX semanas
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Há dois anos, quando o gonçalense Davi Moreira costurou sua primeira cauda de sereio usando pés de pato, tudo parecia loucura. Ainda mais quando ele a usou em público, em Saquarema, onde sua sereia interior encontrou o mar pela primeira vez.

Mas hoje essa loucura tem outro nome: febre. Adeptos do “sereísmo” estão na crista da onda e em cadeia nacional, com a personagem Ritinha (Isis Valverde) de “A força do querer”. Um estilo de vida que atrai as atenções como um canto de sereia.


				
					Jovem de 22 anos fatura alto como sereio no Rio de Janeiro


"Eu chamo de estilo de vida. Não é uma fantasia de sereia, é amor pela água, é sentimento. Sempre gostei da Ariel, ela sempre esteve em minha mente, e eu quis viver isso", conta o jovem, de 22 anos, que hoje atende por Davi Sereio.

Davi deixou o Centro de São Gonçalo, onde seus pais ainda moram, no ano passado. A mudança para a Zona Sul do Rio o deixou mais perto da faculdade de Artes Cênicas e, de quebra, da praia.

"Nunca fui sereio em São Gonçalo. Não dá porque a água é suja. Acabava indo mais para Maricá. É uma pena. A Praia das Pedrinhas tem um visual lindo. Mas eu adoro a cidade, e já, já estarei de volta, assim que acabar a faculdade", promete.

Davi prefere o mar aberto e pode ser visto com alguma frequência pelo Arpoador, de graça, pelo simples prazer de ser sereio. Mas também aparece em piscinas, e é justamente nessas aparições que ele pode ter encontrado um tesouro oculto nas águas: o jovem gonçalense cobra R$ 300 por evento.

"Tem uma agenda, e essas aparições são pagas de acordo com o evento, com a duração. Tem festas de aniversário; de sereias; festas gays, onde posso ser hostess ou ficar nadando na piscina. E rola a interação, porque tem um lado comediante do meu trabalho. Quem cuida da minha agenda é meu pai", diz, demonstrando que a relação do filho sereio com a família evangélica progrediu.

Nadando contra o preconceito

Davi é sucesso na internet. Sua estreia foi num vídeo feito em Saquarema, que tem mais de 1,6 milhão de visualizações.

"O primeiro foi esse, “Sereia encontrada nadando no Rio de Janeiro”. E foi um sucesso, um espetáculo. Mas no inverno, não entro lá. O mar está batendo feito diabo. Sou sereio, mas tenho amor à vida. Isso é importante para quem quer ser sereio: nadar. É uma coisa que sereia faz muito", ensina.

Em seguida veio o vídeo que fez para atender a uma chuva de pedidos de internautas que queriam aprender a fazer a cauda.

"Comprar, eu comprei uma só, da Mirella Ferraz" diz, citando a responsável por transformar Isis Valverde em sereia para a novela.

Nadando rede, Davi aproveita para entrar em assuntos mais delicados, como o combate à homofobia:

"Na série 'O grande sereio', falo disso, do preconceito que gays afeminados enfrentam".

O masculino de sereia é tritão. Mas Davi optou por usar sereio por ser um “termo no meio”. A liberdade na nomenclatura é apenas uma das coisas que demonstram a liberdade do sereísmo, movimento que está na moda mas que não é tão novo assim: a “Parada da Sereia”, por exemplo, acontece anualmente nos EUA desde o início da década de 1980.

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