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Jovem vítima de estupro diz que dorme uma hora por noite

Desde o estupro, o estudante tem dormido pouco e lutado contra o medo de sofrer novas violências e, principalmente, contra o constrangimento

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Redação iBahia

07/05/2016 às 11:15 • Atualizada em 28/08/2022 às 18:11 - há XX semanas
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A vida de Anderson Veloso, de 19 anos, sofreu uma triste reviravolta na última semana, depois que o estudante de psicologia decidiu denunciar publicamente o estupro sofrido no sábado, em Petrolina, Pernambuco. Sequestrado por três homens encapuzados, viveu uma hora e meia de violência, que culminou com o abuso sexual sofrido com um galho. Em sete dias, enfrentou uma maratona de visitas ao hospital, Instituto Médico Legal e delegacia, viu a publicação em que relatava o trauma sofrido ser removida pelo Facebook por duas vezes e, além disso, foi “punido” pela rede social com um bloqueio de 24 horas por ter postado “conteúdo proibido”. Assim que voltou ao ar, nesta quinta, o jovem voltou a se manifestar: “Não vão me silenciar”, protestou.Desde o estupro, o estudante tem dormido pouco e lutado contra o medo de sofrer novas violências e, principalmente, contra o constrangimento. Mesmo assim, continua usando sua história e mostrado o rosto para convocar toda a cidade para lutar contra a homofobia.— Sinto os olhares para mim. No primeiro dia na universidade, percebi muito claramente, mas meus amigos não me deixaram desistir. Me acompanharam para todo o lado e tentaram me distrair. Minha vida está uma loucura, durmo cerca de uma hora por noite. O pior são os comentários duvidando do que passei, as piadas, mas ninguém vai me calar. Não vou desistir de falar sobre o estupro — diz Anderson, que não se incomodou com o bloqueio — É normal as pessoas não quererem falar sobre isso. A verdade incomoda — afirma. Enquanto a vida não volta ao normal — Anderson tem evitado sair de casa sozinho —, o estudante conta que tenta não se estressar com mensagens agressivas e debochadas que, volta e meia, recebe na internet.— Tenho procurado não olhar. Se sei que tem mensagem com teor agressivo, não olho. Muitas vezes, as pessoas veem um depoimento como o meu e ficam incomodadas, mas, sem saber o que fazer com isso, que providencia tomar, acabam me atacando. Preferem acreditar que é mentira — revela o rapaz, que tem tirado forças das manifestações positivas e de apoio que, segundo ele, recebe em número muito maior: — O estupro me causou muito constrangimento, mas sinto que o apoio das pessoas vai me dar força para não desistir — completa.

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