Mesmo após ser baleada na cabeça, uma mulher conseguiu indicar à polícia que o autor do disparo havia sido seu companheiro, ao escrever o nome dele com o próprio sangue em uma maca, nesta quarta-feira, em Carpina (PE). A vítima, identificada como Elaine Maria de Santana, passou por neurocirurgia no Hospital da Restauração, em Recife. Segundo a assessoria de imprensa da unidade, ela encontra-se na sala de recuperação. Seu estado de saúde está estável.
Alegando sentir ciúmes, Evaldo de Andrade Silva confessou a policiais da Delegacia de Carpina ter atirado na cabeça de Elaine durante uma discussão em casa. Antes disso, porém, ele chegou a apresentar outras versões, como que a companheira havia tentado suicídio ou que o tiro fora acidental.
Segundo a delegada Bárbara Fort, a mulher inicialmente recebeu atendimento médico na própria cidade onde mora, na Zona da Mata Norte, mas, como seu estado era grave, foi transferida para um hospital da capital pernambucana.
Fort disse ainda que a vítima não conseguia falar, então se manifestou por meio de gestos, tentando dizer que Evaldo havia atirado nela.
— Ela retirou o sangue de sua própria cabeça e escreveu o nome dele na maca — afirmou a delegada em entrevista coletiva.
O companheiro dela foi preso, ainda na quarta-feira, enquanto tentava fugir. Evaldo, vestindo uma camisa preta do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), embora não seja policial, estava em um carro com os dois filhos pequenos de Elaine, e um amigo, identificado como Davi Israel Pereira da Silva, que o ajudou a esconder a arma de fogo. Os policiais encontraram o revólver embaixo da cama de sua residência. Davi foi autuado por posse ilegar de arma de fogo e vai responder em liberdade.
Evaldo, por sua vez, autuado por tentativa de homicídio, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, segundo decisão do juiz Iarly José Holanda de Souza em audiência de custódia realizada nesta quinta-feira. Para o magistrado, o delito foi de uma "brutal violência de motivo aparentemente banal". Além disso, o juiz considerou que o autor tentou fugir. Se condenado, o companheiro da vítima pode ficar em reclusão por quatro anos.
Em depoimento à polícia, Evaldo tentou se mostrar arrependido, mas não convenceu a delegada, que o caracterizou como um homem "frio". Segundo vizinhos, o relacionamento do casal era "conturbado", mas não haviam presenciado uma situação de violência física. Também não havia boletim de ocorrência contra ele. A vítima já tinha, contudo, registrado queixa contra um homem com quem havia se relacionado anteriormente.
— Ele disse que era para amedrontá-la (ao segurar a arma), e que o tiro foi acidental — disse Fort.
De acordo com a perícia, contudo, essa possibilidade não foi constatada.
A delegada afirmou ainda que Evaldo costumava trabalhar como segurança, embora não tivesse permissão para possuir uma arma de fogo.
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Redação iBahia
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