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Pai se torna cabeleireiro para cortar cabelo de filho especial

Michel Oliveira ficou chateado quando o cabeleireiro não quis atender Gabriel, que tem paralisia cerebral

• 13/08/2015 às 18:43 • Atualizada em 28/08/2022 às 15:59 - há XX semanas

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Após um episódio bastante desagradável, Michel Oliveira, de Piraquara, em Curitiba, deixou sua profissão de lado e virou especialista em cortar cabelos de crianças especiais. Ele ficou chateado quando o cabeleireiro não quis atender seu filho Gabriel, que tem paralisia cerebral e, na época, tinha apenas três anos de idade."Lá, o cabeleireiro me disse que não cortava cabelo de deficientes. Sai de lá chateado, passei numa farmácia e comprei uma máquina de corte. Eu mesmo cortei o cabelo do Gabriel."
Michel afirma que, naquele momento, teve a ideia de seguir com a profissão de cabelereiro para, dessa forma, dedicar mais tempo ao seu filho. Segundo ele, não considera a criança deficiente, apesar de ter ficado muito abalado com o diagnóstico da paralisia cerebral. "Receber a notícia foi um choque. Você fica sem chão no começo. Mas tem uma frase que eu sempre digo: 'Deus te deu um filho especial; não o trate como deficiente'", desabafou.No entanto, nem tudo foi tão simples no processo de abandonar a sua profissão como mecânico industrial e agrícola e perseguir esse sonho. A sua esposa não gostou nada da ideia, explica Michel. "No começo, é complicado mesmo para qualquer um aceitar a mudança, principalmente quando já está tudo organizado. Ao começar do zero de novo, o rendimento caiu bruscamente", contou o cabeleireiro. Apesar das dívidas que se acumularam graças à imediata falta de emprego, a esposa finalmente aprovou o projeto e passou a ser uma parceira na nova etapa. "Hoje, ela não só entende, como também me ajuda nas horas de folga", disse Michel.Segundo ele, a maior dificuldade nesse trabalho é que, devido à rotina de terapias, muitas delas dolorosas, as crianças têm dificuldades em aceitar outra pessoa tocando nelas. Michel explica que é preciso ter muito jogo de cintura para conquistar a confiança.No entanto, ele afirma não ter se arrependido da mudança. "É justamente aí que mora a grande recompensa, aquela que ajuda a superar qualquer obstáculo: é conseguir quebrar essa barreira do medo e ser aceito por essas crianças", se derrete o pai de Gabriel.

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