icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
BRASIL

Professora com Down lança livro com fábulas sobre inclusão social

Primeira professora do Brasil com Síndrome de Down, Débora é escritora e lança a delicada obra infantil livro em que, brincando, fala sobre discriminação

foto autor

23/09/2013 às 17:08 • Atualizada em 28/08/2022 às 19:03 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News
A potiguar Débora Araújo Seabra de Moura, 32 anos, é um exemplo. Corajosa, é a primeira professora graduada do Brasil com Síndrome de Down, num país onde há cerca de 300 mil pessoas com a síndrome e apenas cem estão no mercado de trabalho. E agora também autora do enriquecedor livro Débora Conta Histórias (Alfaguara/R$ 35/32 páginas), que usa a rotina de uma fazenda cheia de animais para falar sobre preconceito, rejeição e amizade. Veja também: Escritor escocês Ewan Morrison é confirmado na Flica 2013 São historinhas fofas e singelas, que trazem mensagens muito positivas em sua essência, como o caso do cachorro e do papagaio que não se davam. Um não aceitava o jeito do outro e um dia se atracaram numa briga. Até que a menina Sandra, personagem criada para homenagear uma amiga da autora, interfere: “Bichos têm que ser como gente, aceitando as diferenças uns dos outros. Se todos forem iguais, o mundo fica chato”. Assim, papagaio respeita cachorro com seu pelo e seu latido, e cachorro respeita papagaio com suas penas e suas falas. “Raramente me emocionei tanto quanto ao ler pela primeira vez as histórias escritas por Débora. Não posso deixar de referir-me ao fato de ela haver nascido com a Síndrome de Down, porque isto torna seu exemplo ainda mais significativo. São contos que ensinam docemente - e não só às crianças, porque os adultos têm muito o que aprender com gente da grandeza de Débora”, avalia o escritor baiano João Ubaldo Ribeiro, membro da Academia Brasileira de Letras, no texto da contracapa. Inclusão Pautada pelo próprio exemplo de vida e perseverança com que sempre lidou com a adversidade, a autora usa sempre a inclusão como pano de fundo. Sandra e os bichinhos que andam pela fazenda da vovó lidam com problemas humanos como preconceito e rejeição. Uma das fábulas é sobre a discriminação que o pato sofria por não querer namorar outras patas, e sim, outros patos. “Usei os animais, mas as histórias se encaixam aos humanos. É preciso respeitar e incluir todo mundo, aceitar as diferenças de cada um. Ainda existe preconceito”, afirma Débora. O livro nasceu em 2010, quando a jovem resolveu escrevê-lo para dar presente de Natal aos pais, o médico psiquiatra José Robério e a advogada Margarida Seabra, que, como a maioria dos brasileiros, pouco sabiam sobre como lidar com a Síndrome de Down na época em que a filha, a segunda do casal, nasceu. “Queria fazer uma surpresa e eles ficaram felizes, adoraram a ideia”, lembra, revelando que passou meses escondendo o trabalho no seu quarto, enquanto a mãe pensava que era um diário. Na verdade, os contos não foram escritos com a expectativa de se tornar livro, mas como a delicadeza das histórias agradou a todos, a mãe de Débora foi em busca de uma editora. A vida nem sempre foi fácil, como encontrar uma editora para publicar seu primeiro livro. Débora já foi vítima de preconceito. Ainda na educação infantil, lembra de ter sido chamada de “mongol” por um garoto. Ela chorou, claro. Mas a professora explicou à classe que mongóis eram os habitantes da Mongólia e ainda ensinou as crianças o que era a Síndrome de Down. Hoje, é Débora quem faz essa palestra em diversos lugares do país.
Matéria original: Jornal Correio*

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Tags:

Mais em Brasil