Carlos Roberto Deusdeti, de 47 anos, é mais um dos mortos na tragédia de Brumadinho (MG). Ele estava trabalhando na barragem há apenas dois meses, depois de um período desempregado. Antes, Deusdeti tinha tido apenas um emprego, em uma serralheria na qual trabalhou a vida inteira. O estabelecimento, no entanto, fechou as portas, e ele conseguiu um novo trabalho em uma empresa terceirizada da Vale cinco meses depois.
- Ele estava todo alegre com o novo emprego. A Vale tem nome, é uma multinacional - disse a sobrinha dele, Viviane Dias.
Viviane conta que o tio morava em Belo Horizonte e todos os dias ia num ônibus da empresa para Brumadinho, numa viagem que levava mais de uma hora. Costumava almoçar por volta de meio-dia e depois descansar na serralheria. É onde a família crê que ele estava quando desceu a avalanche de lama.
- A gente está revoltado porque ele não saiu para roubar ninguém. Saiu para trabalhar e deixou um filho de 8 anos. Fica essa revolta por causa da ganância, eles sabiam como a situação estava - diz Viviane, completando: - Toda vez que o filho dele pergunta pelo pai, minha tia fica sem chão.
A sobrinha descreve Deusdeti como ótimo pai e marido:
- Para ele não tinha tempo ruim, estava sempre disposto a ajudar as pessoas. Era trabalhador e honesto. Era cruzeirense, gostava de tomar a cervejnha dele, de ficar com a família, defazer churrasco.
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Redação iBahia
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