Tesourinha, tribadismo, colar velcro, scissoring (em inglês)… Existem muitos nomes para chamar essa prática famosa no sexo entre vulvas, que consiste em roçar as genitálias. Considerada incrível por umas e superestimada por outras, a tesourinha sem dúvidas divide opiniões. A desinformação, o falocentrismo, a falta de educação sexual inclusiva e a misoginia são os principais responsáveis pela baixa popularidade da prática.
O ódio a tudo relacionado ao universo feminino associado à idolatria do homem cisgênero, típico de sociedades patriarcais, já coloca as relações lésbicas em um local repulsivo e desinteressante. Assim, o sexo entre vulvas sequer é considerado como tal; práticas como oral e tesourinha são meras preliminares. Sexo de verdade seria apenas o que envolve a penetração de um pau de carne.
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Essa perspectiva falocentrada não somente limita as vivências sexuais como também condena as pessoas com vulva à anorgasmia. Penetração pode ser delicioso, mas o que nos faz gozar, em 99,9% dos casos, é o estímulo na glande do clitóris. Esse órgão, com mais de dez mil terminações nervosas, não pode mais ser ignorado, uma vez que ele existe exclusivamente para gerar prazer.
E adivinha o que estimulamos diretamente durante o esfrega-esfrega? Ele mesmo! Na tesourinha, o clitóris é o foco. As pernas das duas pessoas se entrelaçam, os corpos se aproximam e ambas vão buscando o ângulo perfeito. Logo, as vulvas se encontram. Um beijo de lábios internos e externos, bem molhado, quentinho e macio, leva as duas a uma sensação inebriante de paraíso. Essa é a tesourinha.
Descomplicando a Tesourinha
Se só de ler, já ficamos nervosas, é difícil acreditar que, na realidade, a maior parte das sapatonas não roça. E aqui entra a urgência da educação sexual que visibilize e informe adequadamente sobre as diversas possibilidades de relações para além da pênis-vagina, porque o desinteresse pela tesoura geralmente vem da desinformação.
Pensando nisso, eu desenvolvi uma imersão online chamada “Descomplicando a Tesourinha" para solucionar todas as dificuldades frequentes, ensinar posições, movimentações, formas de prevenção de ISTs e mostrar o potencial orgástico que essa prática possui. Se você quer ampliar seu repertório sexual e superar os medos e vergonhas, recomendo que clique aqui e garanta a sua vaga. É, de fato, um curso transformador.
Ninguém conversa conosco sobre as vivências lésbicas; crescemos e vivemos rodeadas de cisheteronormatividade. Precisamos desconstruir e reinventar todas as noções que nos foram passadas sobre sexo se quisermos nos realizar nesse aspecto. Vamos juntas?
Gisele Palma
Gisele Palma
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