Você já percebeu como a convivência com certas pessoas parece mudar até a forma como pensamos ou sentimos? Pesquisas em neurociência mostram que nos tornamos mais parecidos com as cinco pessoas com quem passamos mais tempo. Esse fenômeno, chamado pareamento neural, vai além de hábitos ou opiniões: ele molda comportamentos, atitudes e até a forma como reagimos emocionalmente.

Talvez você esteja pensando: "Vixe, preciso me afastar!". Mas isso só faz sentido se você estiver na zona de dependência. Sabe o que é isso? É quando reagimos automaticamente ao outro, nos comparamos, nos sentimos diminuídos ou ficamos esperando que ele mude antes de agir. Nesse lugar, nossa energia depende do outro, e não do que escolhemos gerar.
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Agora, e se a gente olhasse por outro ângulo? Em vez de se colocar na defensiva, poderíamos nos perguntar: o que posso fazer para influenciar positivamente essa pessoa? Aí entramos na zona de influência. Nesse espaço, assumimos a responsabilidade pelo que podemos gerar: amor onde falta amor, respeito onde falta respeito, gentileza onde falta gentileza. Não é sobre forçar mudanças no outro, mas sobre oferecer o que temos de melhor e, assim, estimular transformações ao nosso redor.

Pense naquelas pessoas que sempre reclamam ou estão de mau humor. Na dependência, a tendência é irritar-se, comparar-se ou se afastar. Na influência, a atitude é diferente: você oferece calma, escuta, incentivo, pequenas atitudes que podem fazer diferença. Com o tempo, essas pequenas mudanças reverberam, transformando não só a relação, mas também você mesmo.

E aqui entra um ponto que merece atenção: hoje temos passado cada vez menos tempo com pessoas de carne e osso, e muitas vezes estamos usando a Inteligência Artificial (IA) como conselheira, amiga, líder espiritual ou até terapeuta. O perigo disso é que, ao nos aproximarmos mais da IA do que das pessoas, podemos perder parte do que nos torna humanos. Nós precisamos do outro para nos tornar quem somos, para desenvolver empatia, limites, capacidade de lidar com frustração e emoções complexas. Substituir o contato humano por interações artificiais pode gerar um esvaziamento do ser, porque nosso desenvolvimento depende da convivência real.

A reflexão que fica é simples, porém poderosa: como você pode agir hoje para influenciar positivamente as pessoas ao seu redor e, ao mesmo tempo, se fortalecer, sem deixar que a tecnologia substitua o contato humano?
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