Esses dias eu estava no shopping e ouvi uma pessoa dizendo: “Falo muito da minha terapia sobre o que me incomoda, mas continuo triste e não consigo superar.” Essa frustração é mais comum do que se imagina e revela algo essencial: mente e emoção não se transformam no mesmo ritmo.

É possível compreender racionalmente uma situação e até identificar padrões prejudiciais, mas ainda permanecer preso a emoções e reações automáticas que vêm de partes mais antigas do cérebro, que guardam experiências, medos e traumas. Saber o que precisa mudar nem sempre é suficiente.
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Quando tomamos consciência de um problema, ativamos principalmente o córtex pré-frontal, responsável pelo planejamento e pela tomada de decisões. Mas os hábitos e emoções armazenados em circuitos mais antigos do cérebro podem continuar a se repetir automaticamente. Por isso, compreender cognitivamente algo não garante que a mudança emocional aconteça imediatamente. É nesse intervalo entre saber e sentir que surge a sensação de estagnação: já não podemos ignorar o que aprendemos sobre nós mesmos, mas ainda não conseguimos agir plenamente de acordo com essa consciência.

É nesse mesmo ponto que o uso da inteligência artificial entra como recurso contemporâneo. Procurar respostas ou explicações automáticas pode ativar o raciocínio e gerar insights interessantes, como se estivéssemos estimulando o córtex pré-frontal. Mas, por mais que a IA forneça soluções lógicas, ela não transforma padrões emocionais nem cria novas experiências internas. A mudança verdadeira continua dependendo de prática, repetição e integração entre mente e emoção, algo que só acontece com atenção, vivência e presença consciente consigo mesmo.

É por isso que a psicoterapia mantém um papel insubstituível: ela ajuda cada pessoa a criar uma nova relação com seus sentimentos e memórias, transformando sofrimento em aprendizado e liberdade emocional. A mudança acontece quando conseguimos alinhar mente e emoção, passo a passo, com prática e presença consciente.
Quantas vezes você já entendeu o que precisa mudar, mas ainda se viu preso às mesmas emoções? Que pequenas atitudes poderiam começar a transformar essa realidade hoje?
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