É a 'PipocaLada', ou seja, a pipoca da Timbalada. A ideia surgiu em novembro do ano passado, quando Denny Denan anunciou que, este ano, o Bloco Timbalada não sairia no Carnaval de Salvador, mas a Banda puxaria uma pipoca na sexta-feira de Carnaval, no circuito Barra-Ondina e terça-feira, no Campo Grande.
A notícia caiu como uma bomba. Nós sabemos a legião de fãs que a Timbalada têm. É uma confraria. A nação timbaleira ficou abalada, mas pra tudo na vida tem jeito. E a comunidade ‘Sou timbaleiro eu sou’, achou uma forma de brincar o Carnaval ao som dos timbales.
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Assim, foi criada a PipocaLada. Elisacarla Bastos, uma das articuladoras, é da área de marketing e também do grupo “Sou timbaleiro eu sou “. O sonho dela era ser Deusa do Ébano do Ilê Aiyê, mas não deu certo e um belo dia foi “abduzida” pelo som dos timbales.
”Na adolescência, meu ingresso no universo da Timbalada foi por um amigo que me conduziu por caminhos inusitados. Lembro-me nitidamente de descer um barranco, onde um campo de barro se desenhava cercado por cordas e ali a percussão da Timbalada, com um toque suingado, invadiu minha alma. Acredito que um verdadeiro timbaleiro nasce assim, respondendo ao chamado mágico da percussão.”
Para Elisacarla, essa jornada timbaleira vai além da música. É um casamento de espiritualidade e cultura que fortalece seu amor pelo movimento. “Esse amor ativo, que transcende a mera observação e nos impulsiona a sermos protagonistas”, comenta. E é nesse contexto que surge a PipocaLada, não apenas como uma celebração festiva do bloco.
“É uma comunhão que nos lembra que a verdadeira essência timbaleira vai além de um simples evento; é uma comunidade que persiste, floresce e se reinventa”, finaliza. Até agora, foram vendidos quase 300 abadás, que estão sendo vendidos a R$ 35. Os fãs vão celebrar a Timbalada na folia, acompanhando o trio da banda. Não esqueça: a 'PìpocaLada' sai na sexta-feira (09/02), no circuito Barra-Ondina, e na terça (13/02), no Campo Grande. Entre os fãs timbaleiros não faltam histórias.
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Quem acompanha a Timbalada já deve ter visto um rapaz que todo show carrega, na cabeça, um ‘timbau’ ou um timbale (para os mais rigorosos no uso da grafia correta do português). Ele é nortista, lá de Belém do Pará.
Há 14 anos acompanha quase todos os shows da Timbalada. O timbaleiro é pedreiro, diz que tem um chefe compreensivo que entende a paixão dele pela Banda. Segundo Zé, a Timbalada mudou a vida dele, é uma terapia. Tem orgulho em dizer que já se tornou amigo dos músicos da Banda. Vez por outra eles colaboram com o fã, que não mede esforços para realizar seu sonho. Sabe qual é o maior sonho dele? Ter uma música com o nome dele pela Timbalada. E aí, será que rola?
O CANTO DA RUIVA DE ITAPOAN
O nome dela é Jeniffer Silva, conhecida como 'Ruiva'. Foi o povo que a batizou assim. Eu e centenas de pessoas ouvimos a 'Ruiva' cantar no ensaio do Cortejo Afro nesta semana. A cantora começou a cantar em uma igreja evangélica do bairro de Itapoan.
Criança ainda, aos seis anos, gostava de ouvir os corais da igreja e diz que foi escolhida pela música. Com o incentivo da mãe, 'Ruiva' foi crescendo, ouvindo cantoras gospel e estas foram fontes de inspiração. A mãe também ensinou técnicas vocais, mandava ela ouvir e reproduzir alguns sons.
Aos 12 anos, ela decidiu que seria cantora. Aluna do Colégio Lomanto Júnior, encontrou nessa escola pública o ambiente propício para seguir no canto. “Cheguei ao lugar certo. O Colégio oferecia muitas possibilidades, cursos, oficinas”, conta. 'Ruiva' foi se preparando, assistindo vídeos de cantoras gospel, mas caminhou por outra via. Ela, não queria o óbvio. Por isso, escolheu cantar jazz, blues, soul.
Ela diz que quer revolucionar, misturar gêneros musicais, levar pra fora a diversidade musical da Bahia. Ao lado dos amigos, Osiris que toca violino e Felipe Neri que toca guitarra. Eles juntos formam a Banda Anarkas. Os três são perfeitos, bom de se ouvir. 'Ruiva' tem 20 anos e um longo caminho a percorrer. Um deles é entrar na Escola de Música da UFBA. Fã de Liniker, Maju, Alcione, Glória Groove, Priscila Alcântara e Elza Soares, a cantora tem outra paixão na vida. “ Sou artista plástica nas horas vagas.” A Bahia e o Brasil ainda vão ouvir muito essa garota.
CARNAVAL DO GRUPO ETERNA JUVENTUDE
As senhorinhas do Grupo Eterna Juventude estão finalizando as fantasias para desfilarem no Carnaval 2024, no Pelourinho. “Viver é uma arte! É o tema do bloco, que reúne 140 senhoras mastectomizadas – mulheres que tiveram câncer de mama. A mais nova tem 65 anos e a mais velha 108 anos.
A fantasia é toda em prata, tudo reciclado e confeccionado por elas. Do lixo ao luxo, como diz Joaquim Assis, diretor da Casa de Cultura do Idoso, no Largo Quincas Berro D’água, Pelourinho. Bom carnaval pra essa turma!
Wanda Chase
Wanda Chase
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