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Tabus, Tretas e Troças

Como estaria o Campeonato Brasileiro se ele não tivesse parado?

Tragédia climática no Rio Grande do Sul pode ter definido os rumos do Campeonato Brasileiro ou deixado a competição ainda mais aberta e imprevisível

Silvio Tudela • 27/05/2024 às 9:00 - há XX semanas

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Para início de conversa e para garantir uma disputa minimamente mais justa entre todos os 20 clubes da Série A, a interrupção do Campeonato Brasileiro por causa da catástrofe climática no Rio Grande do Sul foi digna e necessária. Apesar das previsões do tempo não apontarem para o fim da tragédia climática gaúcha, a CBF indica o retorno da competição a partir de 1º de junho, exatamente do ponto de onde parou, quando serão disputados os jogos da sétima rodada. Ainda é impossível prever, mas a suspensão do torneio pode ter definido os rumos da competição ou tê-la deixado ainda mais aberta e imprevisível, com um “antes” e um “depois” da chuva no Sul.


				
					Como estaria o Campeonato Brasileiro se ele não tivesse parado?
Como estaria o Campeonato Brasileiro se ele não tivesse parado?. Fotos: @sulnalente, Divulgação | Vinicius Duarte

Mas a reunião dos clubes agendada para esta segunda-feira, dia 27 de maio, deve trazer muitos pontos polêmicos que podem interferir no desenrolar do torneio, como a definição das datas de reposição dos jogos e a disponibilidade ou não dos locais das partidas nas Datas FIFA; a convocação de jogadores para amistosos e Copa América; a possível extensão do calendário e com isso os problemas jurídicos relacionados a contratos de atletas, treinadores, comissão técnica, tempo de férias e transferências para outros clubes, patrocinadores e detentores dos direitos de transmissão.

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Há até mesmo a sugestão de alguns dirigentes de não haver o temido rebaixamento ao final das 38 rodadas. E algumas questões se impõem para reflexão dos dirigentes esportivos e das autoridades deste país: se as mudanças climáticas chegaram ao ponto de não retorno, qual lugar do Brasil será o palco do próximo desastre e como lidaremos com os eventos extremos cada vez mais comuns?

Por mais solidários que sejam frente à calamidade, esportivamente falando, torcedores dos clubes que estavam se destacando na ponta e possuem seis jogos disputados viram o adiamento das partidas com frustração, pois a parada forçada deve fazer os times que vinham embalados perderem naturalmente o ritmo de jogo. É o caso de Athletico e Bahia, com 13 pontos, ambos na liderança.

O mesmo acontece com Flamengo (11), Botafogo (10) e São Paulo (10), que aparecem no pelotão seguinte e estavam em ascensão. Com cinco jogos, Cruzeiro e Atlético-MG, logo atrás com 10 e 09 pontos, poderiam encostar na liderança e na segunda colocação, em caso de uma vitória de ambos no jogo que ainda falta.

Por outro lado, essa suspensão temporária pode ter representado um alívio para os clubes com péssimas campanhas neste início da competição, como é o caso de Corinthians e Fluminense, com todos os jogos disputados e somente 05 pontos. O Vitória e o Atlético-GO, ambos com apenas um pontinho, têm um jogo a menos, mas mesmo que vençam o jogo atrasado, chegariam a quatro e seguiriam na zona de rebaixamento.

Expectativa diferente vive o lanterna Cuiabá, que mesmo sem ter pontuado ainda, está com quatro jogos e, no caso de dois triunfos, deixaria o Z4. Para todos esses, esse período sabático pode servir para colocar a casa em ordem para a sequência do campeonato.

Já os gaúchos, vítimas maiores do drama climático e pivôs involuntários da paralisação, poderiam estar em situação mais confortável se não fosse a fúria dos céus e das águas, pois com quatro jogos e duas vitórias possíveis, poderiam estar lá em cima com 11 (Juventude), 12 (Grêmio) e 13 (Internacional), o que colocaria o Colorado na liderança. Em termos matemáticos, haveria perda de pontos entre eles, pois um dos jogos adiados foi entre o Juventude e o Inter.


				
					Como estaria o Campeonato Brasileiro se ele não tivesse parado?
Tragédia climática no Rio Grande do Sul pode ter definido os rumos do Campeonato Brasileiro ou deixado a competição ainda mais aberta e imprevisível. Foto: Reprodução / Pixabay

Apesar desse cálculo futebolisticamente otimista, é preciso levar em conta que jogadores e comissão técnica vêm de uma situação dramática em que tudo foi perdido, de bens materiais a pessoas próximas, assim como a esperança de reconstrução do lugar em que se vive. A saúde mental de jogadores e torcedores segue muito comprometida e é preciso levar em conta que, durante a catástrofe, centros de treinamento, estádios e o sistema de infraestrutura foram fortemente atingidos e a reconstrução será longa e difícil.

Fica óbvio que a paralisação por duas rodadas e a realização dos outros dois jogos em atraso não resolverão os prejuízos técnicos nem emocionais dos três times gaúchos. Talvez nem mesmo uma parada por dois meses ou dois anos seria suficiente, até porque a chuva não dá sinais de que irá parar de acordo com os interesses dos Deuses do Futebol.

Ainda é cedo para qualquer previsão, mas nada impede que o espírito de garra e solidariedade demonstrados para reconstruir sua terra a cada tempestade e inundação alcance os três times do Extremo Sul e gere, quem sabe, um campeão brasileiro gaúcho ao final do ano, algo que não se vê desde 1996 (com o Grêmio) e 1979 (com o Internacional) e ainda é um feito inédito para o time de Caxias do Sul.

Jogos atrasados no Campeonato Brasileiro

Quanto às partidas canceladas dos clubes gaúchos de rodadas anteriores e de outras competições organizadas pela CBF, a entidade afirma que serão remanejadas de acordo com a disponibilidade de datas no calendário.

A suspensão teve início na quinta rodada, com os adiamentos de Juventude X Atlético-GO, Cruzeiro X Inter e Grêmio X Criciúma. Com a piora do cenário climático, os confrontos da sexta rodada entre Atlético-MG X Grêmio e Internacional X Juventude também precisaram ser suspensos.

Mas há outros jogos do Campeonato Brasileiro em atraso que nada têm a ver com os desastres ocorridos no Sul, mas sim por causa da Copa Verde e Copa do Nordeste, como Cuiabá X Vitória (segunda rodada), Criciúma X Fortaleza (terceira rodada) e Criciúma X Cuiabá (sexta rodada).

E antes que a bola volte a rolar, trazendo mais alegria e esperança a todos, é possível ajudar as vítimas das enchentes com um gesto de solidariedade: https://www.paraquemdoar.com.br/

Imagem ilustrativa da coluna Tabus, tretas e troças com Sílvio Tudela
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