Depois de rejeitar a pizza doce e o capuccino gelado, a Itália agora voltou suas atenções para o tiramisù. No que depender do governador da região de Vêneto, no nordeste do país, Luca Zaia, o doce pode ser o próximo item culinário a ter sua receita registrada pela União Europeia. Ele entrou com um pedido de certificação da receita “original” da sobremesa. Zaia defende que a sobremesa é originária de um restaurante em Treviso em 1970. De acordo com a receita original, que teria sido criada pela dona do restaurante Beccherie e pelo então chef Roberto Linguanotto, o doce é feito com gemas batidas com queijo mascarpone e biscoitos do tipo champanhe mergulhados em café. Para o governador de Vêneto, o tiramisù hoje corre o risco de ter muitas versões diferentes que não fazem justiça à criatividade do lugar onde nasceu. Com o certificado de origem que foi solicitado, o doce não poderá ser chamado de tiramisù caso alguma modificação seja feita na receita, como a utilização de outro tipo de queijo ou a adição de licor ou frutas à massa.
No entanto, Zaia enfrenta um problema político para conseguir a certificação. Roberto Cola, que comanda outra área da Itália, o Piemonte, também reivindicou a “paternidade” da sobremesa. Segundo ele, o tiramisù pode ser originário de um prato criado na região no século XII. Também há historiadores que registraram que o doce foi criado no século XVII para homenagear o grão-duque da Toscana. Quem menos parece se importar com a disputa é o chef Roberto Linguanotto, um dos prováveis criadores da receita. Em entrevista ao “Guardian”, ele afirmou que já viu versões feitas com cream cheese e até abacaxi, mas acredita que o tiramisù pode ser adaptável ao paladar de cada país. Veja também: A verdadeira pizza italiana é tradicional e minimalista Os certificados de origem da União Europeia regulamentam quais métodos de preparo e quais ingredientes são aceitos em cada prato. A idéia é proteger os produtores contra imitações e deturpações. Dessa forma, a pizza tem que ser feita com determinados tipos de tomate e de mussarela, e o capuccino perfeito deve ter quantidades exatas de leite e café, que são controladas por um instituto. No Brasil, algumas pizzarias em São Paulo vendem as legítimas pizzas napolitanas, após terem passado em um exame do órgão regulamentador do prato.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade