O clipe “Vai malandra”, um dos mais aguardados lançamentos de Anitta no projeto Checkmate, foi envolvido numa polêmica. O diretor de fotografia Terry Richardson, um dos responsáveis pelo projeto, foi acusado de abuso sexual e banido de trabalhos para grandes revistas internacionais nas últimas semanas. Em comunicado enviado ao EXTRA, a cantora afirma que repudia as atitudes de Richardson e que chegou a fazer uma análise jurídica para saber o que poderia ser feito com o vídeo rodado no Vidigal, comunidade na Zona Sul do Rio de Janeiro.
“Imediatamente após tomar conhecimento sobre as acusações de assédio que envolvem o diretor Terry Richardson, solicitei que minha equipe avaliasse o contrato para verificar o que juridicamente poderia ser feito. Estudamos todas as possibilidades, que foram além das questões jurídicas, passando também pelo envolvimento emocional, levando em consideração o imenso trabalho digno de todos os artistas e colaboradores que de alguma maneira fizeram este clipe acontecer. Esse não é um trabalho de uma pessoa só. Manterei minha promessa aos moradores do Vidigal e aos meus fãs lançando o clipe de ‘Vai malandra’ em dezembro deste ano. Mostrando um pouco das minhas origens e mais sobre o funk carioca, do qual me orgulho muito de ser representante. Como mulher faço questão de reafirmar que repudio qualquer tipo de assédio e violência contra nós e espero que todos os casos dessa natureza sejam sempre investigados com a relevância e seriedade que merecem”, disse Anitta.
No clipe da brasileira, gravado no dia 20 de agosto deste ano, o fotógrafo americano foi um dos responsáveis pela cena com um paredão de mulheres usando um biquíni de fita-crepe estilo fio dental. Uma das marcas do trabalho de Richardson são os cliques provocantes.
Entenda o caso
O fotógrafo americano é mais um dos citados numa sequência de escândalos de assédio sexual nos Estados Unidos. Richardson, que tem como marca despir modelos e artistas em seus ensaios, foi acusado de constranger modelos e estagiárias em ensaios fotográficos. Entre as citações, mulheres afirmam que ele já exigiu que elas ficassem em posições "degradantes" durante os cliques, e, em alguns casos, pediu até que as modelos tocassem seu órgão sexual. A modelo Emma Appleton chegou a publicar, em 2014, uma mensagem identificada como sendo de Richardson em que ele diz: “Se eu puder transar com você, eu vou te colocar num editorial da Vogue”.
Há uma semana, as revistas “Vogue” e “Vanity Fair”, grandes selos da indústria da moda mundial, pronunciaram-se banindo o profissional de suas fichas técnicas. James Woolhouse, vice-presidente da editora Condé Nast, que publica os editoriais, enviou um e-mail advertindo que “qualquer produção que havia sido negociada ou qualquer ensaio que já tenha sido feito, mas ainda não tenha sido publicado, estão suspensos e devem ser substituídos por outro material.”. Ao “Huffington Post”, dos Estados Unidos, assessores de Richardson tentaram reverter a situação com o comunicado:
“Terry está desapontado por saber sobre este e-mail especialmente porque ele já abordou essas velhas histórias (...) Ele é um artista que foi conhecido por seu trabalho sexualmente explícito, tantas de suas interações profissionais com assuntos eram de natureza sexual e explícita, mas todos os colaboradores de seu trabalho participaram consensualmente dos ensaios”.
Ainda assim, após o escândalo vir à tona novamente, algumas marcas de vestuário que costumavam contratar o profissional também cancelaram seus trabalhos. Entre elas estão Bulgari, Valentino e Diesel.
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Redação iBahia
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