As Olimpíadas de 2024 em Paris ainda rendem polêmicas e desafios. Entre os conflitos que demarcam o evento, destaca-se a insatisfação de vários atletas brasileiros com os uniformes fornecidos para os Jogos. As críticas vão desde o desconforto até a inadequação para a prática esportiva, levantando questões sobre a funcionalidade dos trajes.
Nas redes sociais, diversos esportistas demonstraram insatisfação e questionaram o Comitê Olímpico do Brasil sobre a escolha do look para a Cerimônia de Abertura. Fomentando a discussão, internautas reforçaram que o traje não representa a diversidade cultural do país.
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Atletas questionam os uniformes do Brasil
O atleta de decatlo José Fernando Ferreira, famoso enquanto "Balotelli", foi um dos primeiros a manifestar seu descontentamento. Segundo ele, o material é questionável e nada ideal para as provas, o que causaria desconforto. "Vocês não têm ideia do quanto foi broxante receber o material da seleção. Sempre achei que nas Olimpíadas receberíamos uma mala de materiais, com tênis, roupas e sapatilha, mas parece que não é bem assim pra nós", explicou.
"Eu faço a prova do decatlo, onde utilizo sete sapatilhas de modelos diferentes, cada uma para prova específica. Estou indo para os jogos sem patrocínio de marca esportiva, ou seja, vou investir do meu dinheiro para comprar as sapatilhas. Ou seja, vou passar mais de 20 horas na pista de atletismo, em dois dias de competição dividido em quatro etapas, e recebi três peças de uniforme como material. Assim que acabar as provas do primeiro dia, irei voltar pra vila e lavar logo meu material, ou competir com sujo", enfatizou.
Falta de tamanho para pessoas gordas
Do outro lado, Izabela Rodrigues da Silva, atleta do lançamento de disco, enfatizou a discussão e fez um desabafo nas redes sociais sobre o material recebido. Segundo ela, houve a ausência de peças femininas de tamanho G, o que a fez ficar sem roupa. Logo após a publicação, a entidade e a patrocinadora afirmam que já trabalham para resolver a situação
"Acho que é um descaso com os atletas. Isso deveria ser mudado. Não é possível que a marca não consiga fazer um uniforme um pouco maior feminino, só consiga fazer masculino. Para mim, isso não tem sentido nenhum. É isso, vou competir com a roupa masculina, pedi alguns números masculinos", argumentou.
Seleção feminina de vôlei não participa da cerimônia
Para completar a polêmica, a seleção feminina de vôlei decidiu não participar da cerimônia de abertura, e logo surgiu a piada na web de que o motivo é o descontentamento das jogadoras com o uniforme comercializado pela Riachuelo.
Através da rede social, a cantora Anitta reforçou às críticas ao uniforme preparado para o Brasil, citando o reflexo da falta de estrutura e investimento no esporte nacional.
"Acho que o look representa exatamente como o atleta é tratado no país. Sem estrutura, sem oportunidades, desvalorizado. É triste a desvalorização e falta de investimento nos talentos do esporte nacional. Acho que o look veio para reafirmar exatamente isso", detonou a cantora.
Comitê Olímpico do Brasil rebate críticas
“Não é Paris Fashion Week, são os Jogos Olímpicos. Então nosso foco está nisso”, afirmou o presidente do COB, Paulo Wanderley, na última quarta-feira (24), ao Globo Esporte (GE). Ele ainda garantiu que as roupas foram bem recebidas. “A gente sempre tem comentários excelentes, basta ver os vídeos dos próprios atletas nas redes sociais”, afirmou.
Contrariando a opinião da maior, o presidente continuou. “A gente, obviamente, participou de todo o processo de escolha desse uniforme, a gente aprovou com muito orgulho. Se precisasse a gente aprovaria esse uniforme de novo”, disse.
Jonattas Neri
Jonattas Neri
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