A uma semana do final de “Haja coração”, Tancinha não é a única que está “toda divididinha”. Sua intérprete, Mariana Ximenes, também anda entre a cruz e a espada, enquanto na internet as torcidas de #betancinha e #aponcinha inflam a cada capítulo. O páreo é duro e até o autor Daniel Ortiz só decidirá em cima da hora quem levará a melhor na disputa pelo coração da feirante, se Beto (João Baldasserini) ou Apolo (Malvino Salvador).
— Pena que ela não pode ser igual a “Dona Flor e seus dois maridos”, né? Mas Tancinha tem seus valores. E como sempre diz: “Me sou muito digna” — avisa Mariana, que na vida real nunca se viu entre dois amores, mas confessa que nos tempos de escola foi disputada: — Eu morava numa casa em São Paulo e sempre voltava sozinha. Às vezes, tinha um me esperando no metrô, outro me seguia... Deixavam presentes, flores, bichinhos de pelúcia... Era uma época boa.
Para ela, tanto o publicitário quanto o piloto têm motivos de sobra para fisgar a feirante: — Beto é divertido, ele diz que mudou por amor e evoluiu como ser humano. Os dois se divertem juntos e ele a aceita como ela é, sem querer mudar seu jeitão bruto. Já com Apolo, é um amor de infância, puro. Eles foram separados por circunstâncias externas e não porque o sentimento acabou.
Nesses cinco meses no ar, a feirante voluptuosa soltou mais de 20 pérolas que caíram nas graças do povo, como “eu me amo você” e “os sangue me tão fervendo”. Mariana conta que se pegou várias vezes, fora de cena, gesticulando e falando errado como a personagem. — Tento me policiar, mas não tem jeito. Passo mais tempo de Tancinha do que de Mariana — justifica a artista, que passou os 138 capítulos entre tapas e beijos: — Adorava gravar as brigas com Tatá Werneck (que vive a Fedora). Tinha tapa na cara, uns xingamentos engraçados.
Na história, Tancinha está em processo de adoção. Fora dela, a paulistana de 35 anos é categórica ao afirmar: “Quero ser mãe. Quero viver essa experiência, seja lá como for”. — Estou rodeada de pessoas que adotaram, a Regina (Casé), o Bruninho (Gagliasso), Leandra (Leal), Drica (Moraes)... É lindo de ver. Estou muito comovida de poder falar sobre isso na novela. Acredito que o amor é possível, existe e tem que ser valorizado — frisa. Para dar veracidade às cenas, Mariana fazia questão de pegar os caixotes lotados de melão. Só no muque. Já as curvas, ela acentuou com malhação — nada de enchimentos. E disfarça quando o assunto é o aumento das cantadas: — Tancinha tem presença, é empinada. Gosto de me transformar, de explorar diferentes facetas. Adoro os tamancos, o figurino colorido e alegre. Com ela, é no rebolado. Se no início nem Mariana sabia se daria conta de reviver esse clássico da dramaturgia, vivido por Claudia Raia, em “Sassaricando” (1987), na reta final ela diz que se jogou: — Era uma responsabilidade muito grande, eu mesma questionava se conseguiria. Mas o Daniel, o Silvio de Abreu (autor da primeira versão) e a Claudia me estimularam e acreditaram em mim. Então, mergulhei fundo. Agora estou apreensiva com a saudade que vou sentir.
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Redação iBahia
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