Luzia (Giovanna Antonelli) está fugindo da polícia desde as primeiras semanas de “Segundo Sol”. Vítima de um plano maligno de Laureta (Adriana Esteves) e Karola (Deborah Secco), ela achou que tinha perdido o bebê que esperava. Deixou suas duas outras crianças com a irmã e foi tentar a vida na Islândia. Assim, a novela da João Emanuel Carneiro teve uma passagem de tempo de 18 anos. Com saudades, a mocinha voltou a Salvador para conseguir o perdão dos filhos e novamente caiu na clandestinidade. Ela conseguiu provar sua inocência, mas agora é acusada da morte de Remy (Vladimir Brichta). O público sabe que Luzia está certa, mas na ficção a coisa não se desenrola assim. É, portanto, uma trama que vem andando em círculos. Como a heroína não consegue transitar, seu raio de ação fica limitado e ela perdeu espaço para outras personagens.
A dupla de vilãs — Laureta e Karola — dominou a história, mas não apenas elas. O entrosamento dos atores no núcleo da família Falcão sempre existiu. No entanto, à medida em que a novela foi avançando, ele só se aprofundou. É muito provável que uma parcela do público acompanhe o enredo esperando ansiosamente pelas cenas deles. Naná (Arlete Salles), Dodô (José de Abreu) e os filhos reunidos são garantia de frasismo espirituoso e de interpretações para se admirar. A configuração familiar ali pode até esbarrar nos limites da fantasia, mas os personagens têm uma dimensão humana que garante temperatura e verdade ao resultado final. É sempre aquela mistura bem temperada de humor com drama que ganha expressão máxima com Clóvis (Luis Lobianco) e Gorete (Thalita Carauta).
Outros núcleos vêm se sobressaindo igualmente. É o caso do triângulo envolvendo Maura (Nanda Costa), Ionan (Armando Babaioff) e Selma (Carol Fazu). E do enredo da emancipação de Nice (Kelzy Ecard), que durante tantos anos foi tiranizada pelo marido machão, Agenor (Roberto Bomfim). Finalmente, acima de tudo, Leticia Colin (Rosa) e Chay Suede (Ícaro) têm estrelado sequências antológicas, algumas delas também com Danilo Mesquita (Valentim).
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“Segundo Sol” caminha para a reta final com todas essas qualidades. Porém, não se pode falar da novela sem levantar uma dúvida: quantos anos tem Laureta? Adriana Esteves, por melhor atriz que seja, não convence como alguém que nos anos 1970 já tinha idade suficiente para entregar alguém à ditadura militar. Vai ser difícil também acreditar que ela seja a mãe de Deborah Secco. Se isso acontecer, será uma derrapada complicada de engolir, mesmo para o espectador mais ingênuo ou munido de boa vontade. Vamos ver.
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Redação iBahia
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