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Especialista explica como ser a melhor 'melhor' mãe

A novela "Amor de Mãe" retratou perfeitamente as dores e delícias da maternidade e o como as atitudes das mães podem impactar na vida dos filhos

Redação iBahia • 08/04/2021 às 15:38 • Atualizada em 29/08/2022 às 3:46 - há XX semanas

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"Mãe é tudo igual, só muda de endereço". É bem verdade que as mães têm um amor incondicional por seus filhos e estão sempre dispostas para protegê-los. Mas, por outro lado, cada uma tem um jeito bem diferente de demonstrar isso.

A novela "Amor de Mãe", que acaba nesta semana, retratou perfeitamente as dores e delícias da maternidade, através das histórias de Lurdes (Regina Casé), Thelma (Adriana Esteves) e Vitória (Taís Araújo), e o como as atitudes das mães podem impactar na vida dos filhos, principalmente na fase adulta.

Na telinha, os telespectadores puderam acompanhar uma mãezona que protege os filhos, aconselha, mas os deixam livres para tomarem as próprias decisões (dona Lurdes); uma mãe super protetora, que deseja controlar cada passo da vida do filho com medo de deixar de ser amada por ele (Thelma); e uma mãe que por muito tempo colocou o trabalho na frente dos filhos, uma verdadeira workaholic - viciada em trabalho - (Vitória).

Você certamente reconheceu alguns comportamentos destas personagens em sua rotina - seja na mãe de um amigo, na sua própria mãe ou em você mesma. E aí fica o questionamento: "será que existe um jeito ideal de cuidar dos filhos?".

Thelma, Lurdes e Vitória | Foto: divulgação / João Cotta/Globo

Pensando nisso, o iBahia conversou com a psicóloga clínica Marta Érica Souza, da rede Hapvida, sobre como os comportamentos maternos podem influenciar na vida dos filhos e de que forma ter uma relação materna mais saudável. Confira a entrevista:

1- Com base no perfil das três personagens da novela, como esses três estilos de criação podem impactar na vida dos indivíduos?

Marta: Uma criança que é incentivada a tomar as próprias decisões, acreditar em seu potencial, enfrentar seus medos e dialogar para resolver possíveis problemas terá uma maior probabilidade de se tornar um adulto saudável.

A negligência na criação ou a super proteção podem trazer problemas comportamentais para o indivíduo. Ele pode ter dificuldade na convivência entre pares, problemas com autoestima, falta de resiliência, baixa tolerância a frustração e até dificuldade de aprendizado.

Já uma criação sem limites pode contribuir para o desinteresse na aceitação de regras sociais, baixo rendimento escolar e ainda o uso da agressividade como forma de resolução de conflitos.

2- O que pode contribuir para a existência da super proteção?

Marta: Criação é aprender diariamente, é realizar uma troca e poder caminhar entre ensinar e compreender o desejo e a necessidade do outro. Por vezes ocorre da mãe apresentar-se como super protetora por medo do filho se machucar ou por não acreditar que ele consiga enfrentar as dificuldades da vida sozinho.

3- Como perceber que as atitudes para proteger estão passando do ponto?

Marta: A super proteção ocorre quando é notado que o adulto responsável pela criação da criança impede que ela se desenvolva, realize funções e tenha comportamentos de acordo com sua idade.

É importante que a criança ou adolescente seja incentivada a ter contato com o mundo e experimentar vivências emocionais. A mãe não deve impedir isso, e sim colocar-se disposta a auxiliá-lo, caso seja necessário.

4- É possível dizer que tem uma forma ideal os filhos?

Marta: É complexo determinar uma forma ideal ou um padrão de criação, pois vários fatores influenciam nisso. Entre eles, o ambiente ao qual essa família pertence, a cultura e a história anterior dos genitores.

O importante é ter em mente que uma família acolhedora, que respeita a individualidade dos membros, demonstra afeto e, principalmente, dialoga para a tomada de decisões e resolução de conflitos é essencial para ter um ambiente harmonioso e um desenvolvimento saudável.

5- Quais dicas você daria para as mães e futuras mamães conseguirem ter relações mais saudáveis com seus filhos?

Marta: É necessário o entendimento de que a relação materna e paterna com a criança é o primeiro vínculo social e, dessa forma, a primeira influência que a criança estará sujeita na vida.

Para a construção de relações saudáveis, é importante respeitar o espaço e o querer das crianças, fornecer um ambiente saudável e ter equilíbrio entre os sentimento de amor, vínculo e imposição de limites. Cada família irá moldar e se constituir de forma única, mas essa construção deverá ser pautada no respeito e tolerância.

6- Para os filhos que sofrem com a super proteção ou se sentem "abandonados" pelas mães super ocupadas, quais dicas você daria para melhorar a relação e vencer as dificuldades da convivência?

Marta: É imprescindível que o diálogo e respeito esteja sempre presente no núcleo familiar. Caso o indivíduo perceba a impossibilidade de manter um bom relacionamento, é necessário buscar um profissional para trabalhar as questões apresentadas.

7- Em caso de experiências de criação "ruins", é possível superar e não reproduzir situações semelhantes quando tiver filhos?

Marta: Sim, algumas pessoas conseguem ressignificar a forma de criação e constituir famílias saudáveis.

É necessário ficar atento aos comportamentos emitidos e como eles influenciam as pessoas ao nosso redor para uma melhor tomada de decisão. Caso perceba que vivências do passado estão trazendo conflitos, é necessário procurar por ajuda profissional, para identificação e resolução das questões.



Fonte: Marta Érica Souza - psicóloga clínica, atendimento infantil e adulto. Ela atua na rede Hapvida Saúde. RP 03/13783

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