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Brasil tem exemplos de cidades inteligentes; confira alguns

Conceito abrange cidades que conseguem um equilíbrio entre inteligência, inovação, acessibilidade e interatividade

Redação iBahia • 14/09/2018 às 14:18 • Atualizada em 01/09/2022 às 0:48 - há XX semanas

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Pode parecer algo distante, coisa de país desenvolvido, mas o Brasil possui alguns exemplos de cidades inteligentes. Uma delas é Salvador, que aparece como a 17ª cidade inteligente do Brasil, segundo o Ranking Connected Smart Cities 2018, principal estudo sobre cidades inteligentes no Brasil, realizado pela Urban Systems em parceria com a Sator. O estudo foi divulgado no último dia 4, e marcou a primeira edição em que a capital baiana não avança posição. No primeiro levantamento, em 2015, Salvador ocupava a 31ª posição, saltando para 17ª colocação na tabela geral de capitais mais inteligentes do Brasil no ranking de 2017.

Mas o que são cidades inteligentes e qual a importância delas para o nosso dia a dia? As cidades inteligentes são aquelas que conseguem um equilíbrio entre inteligência, inovação, acessibilidade e interatividade, de maneira a melhorar a vida de seus cidadãos.

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Aplicativo CittaMobi permite que os soteropolitanos consultem o horário em que o ônibus chegará no ponto mais próximo. (Foto: Divulgação)

“Uma cidade inteligente é aquela que consegue utilizar os recursos de tecnologia que já estão presentes nela – como sensores e captadores de dados - para identificar e fazer o cruzamento de dados para ajudar na tomada decisões que vão melhorar a vida das pessoas”, explica o especialista em engenharia da informação e gestor de projetos de inovação da Cittati Tecnologia, Rafael Molina. Assim, o conceito de cidade inteligente está intrinsecamente ligado ao uso da tecnologia para buscar facilitar o dia a dia dos cidadãos, nos diferentes campos, como educação, saúde, mobilidade e urbanismo.

No ranking da Connected Smart Cities, Curitiba aparece como a cidade mais inteligente do Brasil, tomando o lugar que era de São Paulo nas duas edições anteriores. A cidade é seguida da capital paulista, Vitória (ES), Campinas (SP), Florianopólis (SC), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Santos (SP) e Niterói (RJ). Considerando apenas a Região Nordeste, Salvador ocupa a segunda posição, logo atrás de Recife (PE).

Ao todo, 700 cidades fizeram parte do estudo, analisadas a partir de indicadores. O Ranking é composto por 70 indicadores de 11 setores principais: mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, economia, educação, saúde, segurança, empreendedorismo e governança.

Destaque em mobilidade
Nos setores principais, Salvador é destaque em mobilidade, meio ambiente, tecnologia e inovação, educação, empreendedorismo e governança. No setor de mobilidade, a cidade subiu uma posição, chegando a 6ª colocação do setor.

Uma das iniciativas que ajudam a capital a baiana a ser destaque na mobilidade é a tecnologia que permite aos soteropolitanos consultarem em seu celular, por meio do aplicativo CittaMobi, o horário em que o seu ônibus vai chegar no ponto mais próximo ao local onde ele está. Mas esse não é o único investimento da cidade no setor de mobilidade.

“Salvador já conta com uma plataforma que consegue observar o trânsito da cidade em tempo real. Assim, é possível cruzar os indicadores operacionais e identificar os problemas que estejam ocorrendo na região”, destaca Molina. Todos os coletivos da cidade, inclusive, já contam com monitoramento 24h por GPS e quatro câmeras cada.

A Transalvador também adotou a tecnologia em sua rotina. O Núcleo de Operação Assistida (NOA) aposentou o papel e a caneta dos fiscais e agora recebe informações via GPS, internet 4G e rádio, o que possibilita um acompanhamento do tráfego em tempo real. Além disso, a cidade já possui cerca de 100 semáforos inteligentes, com o tempo de abertura e fechamento variando conforme a demanda.

Programa Curitiba Tecnoparque busca atrair empresas de base tecnológica para a capital paranaense. (Foto: Divulgação)

Cidades inteligentes brasileiras
As cidades inteligentes brasileiras conseguiram esse título porque iniciaram o desenvolvimento de ações e facilidades para os seus cidadãos e para o crescimento urbano inteligente e sustentável, com o auxílio da tecnologia e das inovações. “Elas implementaram soluções para resolver problemas de mobilidade urbana (transporte público, trânsito), saúde, segurança pública, entre outros, além de se preocuparem com um planejamento urbano (envolvendo construções, saneamento, mobilidade, etc.) sustentável e mais preparado para o futuro”, avalia Mauro Fukuda, diretor de Estratégia, Tecnologia e Arquitetura da Oi.

Para ele, a transformação digital do cidadão possibilitou o desenvolvimento de novas formas de interação das pessoas com as cidades. “Os inúmeros aplicativos que surgem diariamente voltados para utilidade pública, navegação, transportes urbanos, além das redes sociais, vêm facilitando a vida e aumentando o engajamento da população para utilização destes canais de interatividade com suas cidades”, diz.

Um dos exemplos de processos inteligentes nas cidades brasileiras é São Paulo, que ocupa o segundo lugar no Ranking Connected Smart Cities. A capital paulista já conta com um espaço onde agências de trânsito e transporte público trabalham para facilitar a mobilidade das pessoas.

Já em Curitiba, a Prefeitura relançou o programa Curitiba Tecnoparque, que busca atrair empresas de base tecnológica para a capital paranaense, oferecendo desconto de 5% para 2% no Imposto Sobre Serviços (ISS) às empresas que investirem em inovação e tecnologia. Além disso, a primeira colocada do ranking investiu no Vale do Pinhão, criando uma economia criativa e colaborativa e revitalizou suas ciclovias de acordo com a população e não mais com os quilômetros de rodovia, como era feito.

Desafios pela frente
Apesar dos investimentos em tecnologia e inovação, Rafael Molina acredita que as principais cidades inteligentes brasileiras ainda se encontram em um primeiro nível de maturidade desse processo. “No Brasil, nós temos bons exemplos de cidades inteligentes, mas ainda muito voltados para a solução de problemas quando eles já ocorrem. Acredito que um próximo passo para essas cidades é voltar suas inovações para antecipar problemas, ajudando em decisões prévias”, opina.

Para o especialista, a maior parte das inovações tecnológicas está em empresas de pequeno e médio porte e o Estado precisa conversar com essas empresas para conseguir ter acesso mais rápido às inovações que surgem. “O estímulo de empresas pequenas e médias de tecnologia é um ponto relevante para auxiliar no processo de inovação das cidades brasileiras, assim como a construção de conhecimento na área e a busca por soluções usando tecnologias para o bem do município”, argumenta o especialista.

O estímulo a uma infraestrutura de comunicação mais confiável também ajudaria nesse processo. Quando as cidades investirem mais nessa infraestrutura de comunicação, conseguirão aproveitar melhor todo o potencial do processamento de dados, trabalhando essas informações em nível de software, que é um investimento mais agregado. “Se tivesse uma cobertura mais eficiente de dados com alto processamento, o município passaria a ter mais preocupação sobre como trabalhar esses dados ao invés de como captá-los”, explica Molina.

Com esse processamento de dados mais eficientes é possível pensar em soluções como: mapeamento do trânsito em tempo real (com alerta de congestionamentos e acidentes), localização de vagas de estacionamento em vias públicas com pagamento via aplicativo, alerta específicos de situações de emergência (deslizamentos, de encostas, inundações, segurança pública) e avanço nas ferramentas de saúde do cidadão, com acionamentos para internações de emergência e prontuários online, além de coleta e envio de dados para prontuário online.

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