Falar de morte ainda é difícil para a maioria das pessoas e o assunto é tratado como tabu na nossa sociedade. A finitude da vida, de modo geral, nos traz medo e, com isso, a dificuldade de encará-la. No entanto, quando é necessário encarar a morte de um ente querido ou amigo, a psicologia defende que o processo de luto precisa ser vivido.
“Reconhecer, internalizar e reaprender a viver sem a pessoa que era presente é um processo que exige muito de nós, mas necessário para que seja elaborado da melhor maneira”, garante a psicóloga Giovanna Cedraz.
Os rituais de passagem
Outro processo que faz parte e é importante para aceitação da morte é a despedida. Os rituais que envolvem a morte, defende a psicóloga, nos ajudam a concretizar essa perda proporcionando momentos reflexivos e a internalização do fato.
“Os rituais são um marco de passagem para inauguração de um novo contexto com a ausência da pessoa que morreu. Culturalmente é a maneira que encontramos para realizar a despedida e efetivar a finitude”, explica.
O velório, enterro e cremação são os rituais de despedidas mais conhecidos no nosso país. A relação da sociedade com estes procedimentos reflete também a relação que temos com a morte. Na busca pelo fim da dor, muitos não entendem a importância desses momentos.
De acordo com a especialista, “a despedida assume um caráter de rapidez e objetividade assim como os demais eventos são tratados, aclamando que o fato seja finalizado o quanto antes na justificativa de seguir adiante, atropelando possíveis buscas para a reflexão”.
Terapia do Luto
A falta de preparo psicológico e também a pressão para que a recuperação pela morte de alguém seja rápida faz com que muitas pessoas não lidem adequadamente com seus sentimentos – e isso pode desencadear outros problemas. Crises de ansiedade, de humor e alterações metabólicas podem estar relacionadas com um processo de luto inadequado.
“É importante ter o tempo e o investimento que a situação de morte em si exige, uma pausa é necessária para refletir sobre a pessoa que se foi e qual o novo sentido da nossa própria vida “, pondera Giovanna.
Para situações como esta, existe a chamada ‘terapia do luto’. O tratamento é feito com um psiquiatra ou psicólogo especializado em tratamentos de enlutados que ajudará a vivenciar as fases do luto e lidar com diversos sentimentos comuns neste momento, como raiva, tristeza e culpa.
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Redação iBahia
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