O rock não parou no tempo. Com o crescimento do sertanejo e do funk em cenário nacional, o gênero que marcou época na década de 80 aparentemente estaria ficando para trás em termos de popularidade. No entanto, para o cantor e líder da banda Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, a pouca visibilidade é fruto da falta de oportunidade aos novos talentos. Em coletiva de imprensa antes da sua subida ao palco no Festival de Verão 2015, ele criticou a desunião do grupo, mas garantiu que há bala na agulha para sustentar o rock.
"Acredito que sim (não há união). Os roqueiros tendem a ser mais sectários do que qualquer outro estilo de música. Em geral, eles só ouvem rock. Não querem saber dos outros estilos, acham que pega mal se associar a quem não é do rock e, mais ainda, o rock é sectário dentro do próprio rock. Ou seja, o cara que toca Metal, não gosta do cara que faz Hard Rock, que detesta o cara que faz Punk Rock, que detesta o cara... Entendeu? Não existe esse espírito que você vê, por exemplo, dentro da música sertaneja, onde os próprios músicos que estão bombados puxam os artistas novos, a renovação. Eu acredito que aí é que está", disse.
Dinho atrelou o sucesso feito pelo Capital e outras bandas da época à empatia conseguida com o público dos anos 80, mas negou que faltasse qualidade nas bandas atuais. Citando a 'Malta', vencedora do programa Superstar, da Globo, ele levantou a hipótese de as gravadoras não estarem vendo o rock como um gênero em potencial para o mercado e, por isso, dão poucas oportunidades aos que chegam.
"Eu sou um fervoroso defensor do rock brasileiro. Afinal, a gente dedicou nossas vidas inteiras ao rock brasileiro. Estou falando de décadas. Eu vejo qualidade nas bandas novas. Talvez, possivelmente, a melhor geração em muitos anos. Eu vejo arranjos mais bem acabados, melodias. Eu acredito que é falta de oportunidade. Talvez sejam as gravadoras que levaram um grande baque com o advento da internet, com a pirataria generalizada", desabafou.
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