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Previsão de como será o estádio na cidade de Natal |
A Fifa planeja realizar workshops com os futuros gestores dos estádios da Copa do Mundo de 2014 para tenta evitar o surgimento dos famosos "elefantes brancos" - obras faraônicas, mas que não se sustentam economicamente. O temor é de que as obras bilionárias acabem sendo pouco utilizadas em cidades como Brasília, Cuiabá e Natal, que têm pouca tradição futebolística e times de menor expressão nacional. A intenção é tratar os novos estádios como arenas multiuso, a exemplo do que já é feito na Europa e nos Estados Unidos. A proposta foi informada pelo diretor de Responsabilidade Social Corporativa da Fifa, Federico Addiechi, em reunião da Câmara Temática de Sustentabilidade. O grupo reúne integrantes do governo federal e representantes das cidades-sede do Mundial para debater temas relacionados a questões como meio ambiente e mudanças climáticas no âmbito da Copa. "A Fifa e o Comitê Organizador Local vão oferecer workshops para as doze cidades-sede com especialistas nacionais e internacionais. Os participantes ainda têm que ser definidos pelas cidades, e o conteúdo será uma combinação de práticas sustentáveis ambientais e econômicas". Segundo Addiechi, a previsão é que os encontros comecem a ocorrer no segundo semestre de 2012, mas o modelo exato ainda não está completamente definido. "Nós temos a ideia, temos os recursos e queremos fazer a nossa contribuição para os gestores dos estádios, para dar todas as ferramentas que conhecemos de outros países e de outras Copas do Mundo para que os estádios possam ter não só uma sustentabilidade ambiental, mas também econômica. É uma informação que já foi dada às cidades-sede, que a Fifa e o COL querem assumir mais como um legado para após a Copa". Certificação - A Câmara Temática se reúne nestas quarta e quinta-feira para discutir principalmente a questão da certificação dos estádios para a Copa. Tanto a Fifa como o BNDES fazem exigências relativas a aspectos ambientais das obras - o BNDES, por exemplo, exige a certificação no processo de financiamento das ações. O certificado que está sendo mais procurado é o chamado Leed, fornecido pela Green Building Council (GBC). o Estádio Nacional, em Brasília, busca por exemplo o certificado máximo, o chamado Leed Platinum, nunca fornecido a uma arena. O gerente de relações governamentais da GBC Brasil, Felipe Faria, avalia positivamente os trabalhos neste sentido até agora. Segundo ele, nove dos doze estádios do Mundial já registraram oficialmente seus projetos em busca da certificação - fora da Copa, a construção do novo estádio do Grêmio, em Porto Alegre, também foi registrado. Apesar disso, apenas o governo de Cuiabá já enviou o projeto do estádio para análise pela GBC. Faria garante, entretanto, que isso não afetará o andamento das certificações. "Não quer dizer que estão atrasados ou correndo risco de não ter a certificação ou qualquer coisa nesse sentido. Mas a questão de enviar o projeto e ter o feedback do órgão certificador é importante, até porque se você precisar mudar alguma coisa você tem tempo de fazer adaptações sem aumento de custo". Faria também elogiou a iniciativa brasileira de focar na sustentabilidade na construção das arenas. "Os que nós acompanhamos até agora estão no caminho certo. É claro que a certificação de estádios é algo completamente novo, e está sendo uma pro atividade, uma liderança surgida aqui no Brasil. Os arquitetos aqui estão liderando um movimento inovador em nível mundial".