Com o nome "Pequenas Revoluções em Nossas Trincheiras Cotidianas", as obras da escritora cachoeirana Aidil Araújo Lima e o escritor paulistano Júlian Fucks tem um ponto principal de convergência: a literatura pode sim ser um instrumento político e de luta de resistência. A conversa aconteceu na noite desta quinta-feira (11), primeiro dia do Festival Literário de Cachoeira, e foi mediada por Wesley Correia. O evento é gratuito e será realizado até o dia 14 de outubro.
De um lado, a luta política e social de uma mulher negra para mostrar, através das palavras, a sua dor e o seu sentimento. Para Aidil, só quem é negro pode falar sobre a sua própria invisibilidade diante de várias situações da sociedade.
"Eu me debrucei na vida das mulheres negras que trazem memórias afetivas e nas coisas antigas que vivenciei. A partir disso construo ficções. As pessoas me procuram para dizer que lembram de uma mãe, de um avó, de uma tia, quando leem meus textos e fico feliz com isso, pois as pessoas conseguem se ver nas minhas histórias", contou a escritora.
A luta pela resistência de Julián Fuks perpassa por outro caminho. Seus pais fugiram de uma dura ditadura militar na Argentina e se refugiaram no Brasil e a história do escritor perpassa também por um combate a este tipo de movimento político através também da literatura.
"Acho que é necessário escrever de uma forma sincera e dar tudo o que eu tenho para dar de mim mesmo: meu olhar, meu cuidado, meu afeto. Isso me faz dialogar com o outro, mas não o obriga a ter a mesma visão que a minha", explicou Fuks.
Veja a segunda mesa da Flica na íntegra:
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Redação iBahia
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