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O golpe de 1964, chamado pelos militares de Revolução de 1964, foi um movimento político-militar que derrubou o governo do presidente João Goulart e contou com o apoio dos setores médios da sociedade, e políticos da ala conservadora que acreditavam estarem salvando o país do "perigo vermelho" (ameaça comunista). Quando os planos foram levados a cabo, o Brasil passou por uma série de modificações políticas, econômicas e sociais. Foi um dos períodos mais obscuros da história do país e ficou também conhecido como "anos de chumbo". Apesar de garantirem que a intervenção seria curta, os militares ficaram no poder por vinte e um anos. Durante esse longo período, as liberdades individuais e coletivas foram suspensas, muita gente desapareceu nos "porões" do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna) e pelas intervenções do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social); muitos foram torturados e exilados. Mas, apesar das ações do governo serem marcadas pelo autoritarismo, muitos resistiram. Apesar da rigidez do Regime, nem todos estavam insatisfeitos com os novos métodos. Parte dos empresários, da imprensa, dos proprietários rurais, da Igreja Católica e da classe média defendiam o novo regime na esperança de controlar a crise econômica. Numa conjuntura de Guerra Fria, os militares brasileiros seguiam as orientações da política internacional proposta pelos norte-americanos. Portanto, o golpe representava a única forma de restaurar a disciplina e a hierarquia nas Forças Armadas e deter o comunismo soviético. Durante os longos anos de governo, os generais-presidentes, sustentaram suas ações na outorga (imposição) de diversos Atos Institucionais, dentre os quais destaca-se como o mais importante o Ato Institucional nº 5 (AI-5) que dava ao Executivo plenos poderes, garantindo a supremacia sobre o Legislativo.A partir da década de 70, acompanhando os acontecimentos das relações internacionais, o regime militar entrou num período conhecido como "distensão" (abertura) e chegou ao fim em 1985, quando foi eleito, por voto indireto, um presidente civil: Tancredo Neves.