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Iranianos esgotam ingressos de até R$ 9 mil da área vip da Arena

Nos últimos meses, dezenas de iranianos lotaram a pequena sala de espera do consulado do Brasil, em Teerã, para dar entrada em pedidos de visto para assistir à Copa do Mundo

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22/06/2014 às 9:32 • Atualizada em 26/08/2022 às 20:24 - há XX semanas
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O jogo entre Irã e Bósnia, na próxima quarta-feira, na Arena Fonte Nova, foi o único em Salvador em que os ingressos “boiaram”. Ainda há bilhetes disponíveis. Bom, mas isso se você não se importar em ficar em um assento simples do estádio. Se preferir camarote, área vip ou algo do tipo, pode esquecer. Boa parte desses já pertence aos iranianos.Segundo a Secretaria Estadual da Copa (Secopa), apesar dos ingressos que sobraram, a partida foi a primeira entre as seis programadas para Salvador em que se esgotaram as áreas vips. O camarote para essa partida custa, por pessoa, entre US$ 700 (R$ 1.561 na cotação de hoje) e US$ 4 mil (R$ 8.920), segundo dados da Match Hospitality, ligada à Fifa. Apesar do valor, um mês antes do início da Copa do Mundo, os 70 camarotes colocados à venda no estádio baiano já tinham donos. A Secopa não confima quantos, mas garante que muitos desses ambientes vips vão estar repletos de gente do Oriente Médio. O próprio consulado do Brasil em Teerã, na capital do Irã, confirmava há duas semanas que a maioria dos mais de 1,5 mil vistos liberados era de empresários ricos dos mais diversos ramos.

Entre os iranianos que virão para a capital baiana, poucos são mulheres. “Não fazemos estatísticas com esses critérios, mas, de modo geral, a partir da observação diária dos pedidos, posso afirmar que mais de 90% são homens”, confirma Patrícia Chiarello, ouvidora do consulado do Brasil em Teerã, destacando que a maioria dos vistos é concedida a empresários do país. Até a semana passada foram solicitados cerca de 1,5 mil vistos para o Brasil. “A maioria dos requerentes irá assistir aos três jogos do Irã durante a primeira fase”, ressalta Patrícia. Negócios O jornalista Valter Xéu, baiano que trabalha para o jornal online Irã News, produzido para países de língua portuguesa, confirma: “Em geral são homens de negócios iranianos que atuam na Europa, Estados Unidos e no próprio Irã. Gente que tem muito dinheiro para gastar”. Xéu acredita que entre três mil e quatro mil iranianos virão ao Brasil, números confirmados pelo próprio Itamaraty à publicação local.
Estamos falando de representantes da elite de um país que tem o primeiro Produto Interno Bruto (PIB) do Oriente Médio, o 14º do planeta. É uma minoria riquíssima em um país com 74 milhões de habitantes. “Essa minoria do Irã é muito endinheirada. São esses que estarão aqui na Copa”, argumenta Xéu. Confira todas as notícias da Copa do Mundo 2014 Os iranianos quem vêm para Salvador vão ficar hospedados nos hotéis mais chiques e badalados da cidade. “Os iranianos querem saber é de conforto. Eles já vêm com os pacotes todos fechadinhos, com tudo pago. Não querem saber de preocupação. Eles não são como os brasileiros que viajam com a cara e a coragem”, explica Valter Xéu. Em visita ao consulado em Teerã, o site Irã News encontrou alguns desses personagens que aqui vão desembarcar. Um deles é Salar, o “típico iraniano que virá à Copa”. “Homem jovem e rico. Num país sob sanções e com moeda valendo metade da cotação em dólar de 2012, são poucos os que podem pagar os US$ 10 mil cobrados pelas agências locais como tarifa mais barata”, escreve o site. Salar, que foi às últimas duas copas com participação do Irã – França 1998 e Alemanha 2006, desembolsou o equivalente a US$ 15 mil por um pacote que inclui bons hotéis no Brasil. Pagou ainda outra pequena fortuna por ingressos para os três jogos do Irã e mais dois da Inglaterra. “Vale a pena. Eu pagaria mais se fosse preciso”, revelou o rapaz ao Irã News.
Salar vem com amigos e sem a esposa. “Ela tem provas na universidade. E isso não me incomoda nem um pouco”, diverte-se. “Eu já disse a ela: ‘primeiro o futebol, depois, você.’”, admitiu. Segundo Valter Xéu, praticamente não existem iranianos morando em Salvador. Os iranianos, diz ele, se concentram principalmente em São Paulo. “Para quem quer fazer negócio, o melhor lugar no país é São Paulo. E os iranianos sabem fazer negócio. Fazem isso há seis mil anos”. Vistos Segundo o site Irã News, nos últimos meses, dezenas de iranianos lotaram a pequena sala de espera do consulado do Brasil, em Teerã, para dar entrada em pedidos de visto para assistir à Copa do Mundo. “Funcionários são obrigados a fazer hora extra e sacrificar feriados para dar conta do salto na demanda. Poucas vezes houve tantos iranianos querendo ir ao Brasil”, diz a publicação. Só para se ter uma ideia, somente entre abril e maio deste ano foram emitidos 872 vistos. Basta ver o número de vistos cedidos no ano passado no mesmo período: 75.
A expectativa é que a Copa do Mundo alavanque o número de iranianos vindo para o Brasil, o que andava em queda nos últimos anos. “Em 2011, o consulado, em Teerã, emitiu cerca de três mil vistos. No ano seguinte, 2.400, e em 2013, por volta de 2.300”, destacou a publicação.
Matéria original do Correio Iranianos esgotaram ingressos que custam até R$ 9 mil da área vip da Fonte Nova

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