O futuro do axé music está mais uma vez em discussão. Em coletiva depois do seu show no Festival de Verão, na quinta-feira (30), a cantora Ivete Sangalo criticou a relação entre músicos e empresários. Segundo ela, o artista não é ouvido e está dominado. "O artista não é priorizado dentro do esquema axé, não é priorizado no business da música. Muitos artistas estão começando e não sabem qual vai ser o rumo de suas carreiras e são dominados por esse receio", disse ela, segundo o Uol.
Ivete Sangalo se apresentou no segundo dia do Festival de Verão, que vai até sábado. "É muito fácil dizer para o músico que ele não precisa saber de nada e insistir que ele vai continuar sem saber nada. E dizer ainda: 'Continua cantando porque essa é uma grande oportunidade para você", completou ela, lembrando de cantores que partiram para carreira solo recentemente, como Bell Marques, Alinne Rosa e Léo Santana.A cantora Margareth Menezes, que subiu ao palco principal durante o show da banda Asa de Águia, também entrou na polêmica e disse que o axé precisa de renovação. "É preciso deixar coisas novas acontecerem. O problema é que existe uma necessidade de tratar o axé como algo generalizado. E esquecem que a Bahia sempre foi padrão de variação musical", acrescentou. Para ela, a fórmula do Carnaval de Salvador também está engessada. "Esse sistema precisa ser mais descompromissado, como era antes, mais cultural. Isso é um apelo que faço há muitos anos. Precisamos trazer uma liberdade para o Carnaval deixar um espaço mais amplo e mais aberto para a gente se manifestar de todas as formas", encerrou. Já Ivete Sangalo acredita que a mudança é natural. "O Carnaval vai mudando. Há dez anos não tinha os camarotes, hoje tem. Daqui dez anos não vai ter mais porque existem outras válvulas de escape. Vejo uma transformação natural do Carnaval. Outros circuitos vão existir e outros artistas também. É um ciclo".
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