O início da mesa "Onde Vivem as Personagens que nos Representam" do Festival Literário de Cachoeira (Flica) estava marcado para às 17h, mas já no início da tarde deste sábado (13) já havia uma fila que dava três voltas nas proximidades do claustro do Convento do Carmo. A professora Juliana Soares era uma das centenas de mulheres que aguardavam a entrada no evento para ouvir Djamila Ribeiro e Patricia Hill Collins falando sobre representatividade e feminismo negro.
"Não é todo dia que agente vê a uma mulher negra em um lugar de destaque, como Djamila, falando assunto que são pertinentes a nós, é nosso dever apoiar este tipo de movimento. Foi gratificante estar presente nesta mesa, principalmente por ter ela e Patricia falando de assuntos sociais e políticos tão atuais", disse a professora.
Além de Juliana, as trezentas pessoas que estavam presentes no local puderam ouvir Djamila Ribeiro falando sobre a importância do feminismo negro. Ela também ressaltou como a luta é grande e, muitas vezes, dolorosa. "Nós, escritoras, somos pessoas que estamos tentado transformar esse mundo, mas não devemos glamourizar este lugar. Somos trabalhadoras e chegar até aqui não foi fácil", relatou.
A socióloga estadounidense, Patrícia Hill Collins, falou da importância da representatividade da mulher negra. "Quais são as oportunidades que as negras tem para explicar o que vivenciaram? Sempre busquei as mulheres negras nas minhas referências e não as encontrava com facilidade nas bibliotecas. Escrever ideias é empoderar mulheres negras", disse.
A Flica tem o patrocínio máster do BNDES e Governo do Estado, apoio da Prefeitura Municipal de Cachoeira e Caixa, e realização Cali, Icontent, Ministério da Cultura e Governo Federal.
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