Pacientes internados são dependentes de uma dieta restrita e são acompanhados diariamente por equipes nutricionais. No Santa Izabel, hospital provido pela Santa Casa da Bahia, os nutricionistas encontram uma maneira de fazer a diferença no dia a dia dessas pessoas. A ideia do “Dia do Desejo” é dar ao paciente a possibilidade de escolher, nas sextas-feiras, o que irá comer.
A ideia começou em 2017, em uma parceria entre a equipe de nutrição do HSI e os médicos paliativistas. Toda sexta-feira, são servidas aproximadamente 25 refeições para estes pacientes especiais, com o objetivo de proporcionar o bem-estar do enfermo que, na maior parte das vezes, está reservado do lazer e das relações sociais, de acordo com os nutricionistas.
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“Iniciamos o projeto na ala pediátrica, por causa dos inúmeros pedidos que as crianças nos faziam. Depois começamos a ouvir os adultos também, por isso estabelecemos um dia para que pudéssemos atender o máximo de pacientes possíveis. O projeto cresceu e hoje abraçamos adultos e pacientes paliativos”, explica Maria Neila Almeida, coordenadora de Nutrição do Hospital Santa Izabel.
A mudança na rotina dos pacientes já começa na quinta-feira, quando eles dizem para a nutricionista o que desejam para o dia seguinte. Anotado o pedido de todos eles, a profissional se reúne com sua equipe para elaborar o planejamento das refeições. Na manhã da sexta-feira ela passa novamente nos leitos para confirmar os pedidos e checar o estado de saúde dos pacientes, etapa importante para dar continuidade na elaboração dos pratos.
Estes são elaborados sempre visando a saúde, mas utilizando a criatividade para chegar ao mais perto possível do desejo de cada um. “É tudo natural. Se for um cachorro-quente, nós não usamos salsicha embutida -fazemos a salsicha. Mesma coisa de um hambúrguer, nós fazemos a carne. A calabresa vai ao forno, não é frita... abusamos dessas alternativas para poder realizar o desejo dos pacientes sem prejudicar a saúde deles”, reforça Maria Neila.
Para as crianças, sexta-feira é dia de pedir lanches como pipoca, brigadeiro, kibe, coxinha e chocolates. Já os adultos costumam solicitar refeições mais caseiras, como feijão tropeiro, carne seca e ovo cozido.
Sobre o projeto, Maria Neila destaca a humanização como ponto crucial no trabalho da sua equipe: “Mostramos aos pacientes que, mesmo dentro do hospital, podemos levar a alegria através da comida”.
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Redação iBahia
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