O Cabula começou a ser povoado por africanos, principalmente tendo como origem o Congo e a Angola. Esses africanos dançavam o kabula, que era um ritmo quicongo religioso, o que acabou dando origem ao nome do bairro. Esses povos ficaram ali por bastante tempo, onde viviam a sua religiosidade em terreiros.
Já no século XIX, os nagôs também começaram a se alojar na região. Em 1910, foi fundado o Ilê Axé Opô Afonjá, o terreiro mais antigo do local, por Eugênia Ana dos Santos, conhecida como Mãe Aninha.
Leia também:
Naquela época, o Cabula era ocupado por chácaras produtoras de laranja-da-baía – um fruto que não tem semente e se reproduz apenas por mudas e enxertia. Em 1910, todas as terras que pertenciam ao Mosteiro de São Bento foram desapropriadas e passaram a ser vendidas e arrendadas pela Prefeitura.
Arrendamento
A venda desses terrenos começou pela Baixa do Cabula, na região da Avenida Barros Reis, Retiro, Rótula do Abacaxi e Sussuarana. Em seguida, a Prefeitura arrendou e vendeu áreas na Ladeira do Cabula, Pernambués e Saboeiro, onde os proprietários instalaram fazendas. Já na região da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e da Estrada das Barreiras, as terras foram arrendadas e, posteriormente, vendidas aos posseiros.
No final do século XIX, por exemplo, as terras habitadas no bairro estavam concentradas em fazendas na região da Engomadeira, do Beiru, da Sussuarana e da Mata Escura. Já no início do século XX, existia também a Fazenda São Gonçalo, que vai de onde hoje está localizado o Hiperbompreço até o Pernambués.
Urbanização
Porém, em meados de 1940 e início de 1950 uma praga destruiu os laranjais que ficavam nessas terras. Além disso, o Brasil sofreu com a concorrência americana, que levou mudas da laranja-da-baía para o país.
Já no final da década de 1950, começou a acontecer uma expansão horizontal em toda Salvador, que também acarretaram em mudanças no uso do solo no Cabula. As chácaras foram sendo vendidas ou parceladas e a urbanização avançou pelas áreas verdes do bairro. Assim, as chácaras foram dando lugar a casas e surgiram no bairro os primeiros conjuntos habitacionais, já na década de 1970.
Com o passar dos anos, o Cabula foi sendo habitado, principalmente, por pessoas de classe média, com casas de um ou dois pavimentos e prédios de até quatro pavimentos. Apenas as edificações mais recentes possuem entre 10 e 34 pavimentos.
Veja também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!