O lateral Daniel Alves parte para o ataque, cruza, Neymar cabeceia no cantinho, mas a muralha Ochoa toca para escanteio. Diante do telão, a maioria dos presentes na Fan Fest, no Farol da Barra, solta o famoso “uuuuuuuuhhhhh”.
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Mãos na cabeça, torcedora não acredita: mais uma defesa de Ochoa, mais um gol perdido pelo Brasil. Apesar do 0x0, teve festa no Farol outra vez |
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Inclusive o alemão Florian Ehler, 27 anos. Sua seleção já havia atropelado Portugal na Fonte Nova, mas ele é um tipo comum de estrangeiro da Fan Fest: aquele que, apesar de seu time não estar nem de um lado e nem do outro, torce para o Brasil. Mais ainda, está adorando os baianos e brasileiros. Tanto que, após o lance de Neymar, ele puxa pelo braço a baianinha que havia conhecido na noite anterior e tasca-lhe um beijo. Pelo visto, Florian gosta de futebol, de música e está literalmente apaixonado pelo Brasil. Ainda mais depois de sair do 0x0. “É essa atmosfera que me atrai. É Copa do Mundo e isso é que importa. Hoje torço pelo Brasil!”, disse, grudadinho na baiana, que preferiu não se identificar. Como ele, não faltaram gringos que estavam torcendo pra gente por simpatia ao país-sede e ao seu povo. Alemães como Florian, e também belgas, chilenos, suíços, franceses, colombianos... Torceram, xingaram, sofreram e até se decepcionaram com o empate diante do México. Quer outro exemplo? A Suíça só joga em Salvador na próxima sexta-feira, mas o grupo de suíços havia chegado desde o dia anterior. Foi ao Farol para entrar em contato com as pessoas. E exibiam, claro, a bandeira brasileira. “Estamos nos sentindo em casa. O brasileiro é muito animado”, diz Daniel Schubach, 29 anos. “Hoje vai dar Brasil com certeza”, confiava, com mais três amigos.E a Bélgica? Essa sequer joga em Salvador. Então, porque tantos belgas se espalharam pela grama do maior ponto turístico da cidade? “Ficamos sabendo que todo mundo aqui é muito aberto e a gente é muito bonita. Estamos confirmando isso”, explica Nicolas Stoffels, 26 anos.
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E os torcedores suíços esperam a seleção chegar torcendo pelo Brasil | |
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O lugar Quase todos mencionam o lugar incrível em que a festa é realizada. O Farol à beira-mar, em pleno pôr do sol, arranca elogios de gente de todo o mundo. Uma gente muitas vezes mais informal que os brasileiros. Estrangeiros que simplesmente deitam no chão sobre cangas, toalhas, papelões ou nada.“É muito fácil conviver com a gente daqui. São pessoas muito felizes. Não acho que na Copa da Rússia vai ser a mesma coisa”, acredita o alemão Jörg Waniek, 45 anos. Nas palavras dos estrangeiros, o povo que os recebe é que os faz vestir o verde e amarelo. Ainda que não estejam nem aí para o jogo, torcem pelo Brasil. “Sei que a França é rival do Brasil, mas estando aqui é difícil torcer para outro time. Os brasileiros nos conquistaram”, garantiu o francês Marcus Carlier, 30 anos, com chapéu da França e camisa do Brasil. É a festa da mistura. Matéria Original: Jornal Correio
Povo de Salvador conquista gringos, que até passam a torcer pelo Brasil