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Provas como a Corrida da Longevidade atraem muitas pessoas |
Basta andar pela orla ou grandes praças e avenidas de vale para perceber: Salvador é uma cidade que corre. E a passos cada vez mais largos. De Ondina à Barra, nas avenidas Centenário, Garibaldi, no Jardim de Alah, de manhã bem cedo ou no início da noite, lá estão eles, com suas roupas coloridas, cada um representando um clube de corrida. Salvador já é a segunda capital brasileira com maior número de corredores de rua cadastrados, atrás apenas de São Paulo. São 2.240 corredores distribuídos em 75 clubes. "Percebeu-se que era possível gerar emprego e renda a partir da corrida. Os profissionais de educação física criaram verdadeiras academias ao ar livre e agregaram serviços de fisioterapeutas, nutricionistas e médicos, além de firmar parcerias com academias de musculação", explica Og Róbson, presidente da Federação Baiana de Atletismo. O boom das equipes de corrida de rua se deu no início dos anos 2000, mas a tradição decorridas rústicas na Bahia foi criada pelas provas de origem militar nos anos 70 e 80, como a Corrida Riachuelo, da Marinha; Corrida da Asa, da Aeronáutica; Corrida Tiradentes, da Polícia Militar; e a Corrida da Águia, organizada inicialmente pelo grupamento motorizado da PM. Além dessas, uma seletiva para a São Silvestre, realizada no fim do ano, são as provas que deram origem ao circuito de corridas de rua da Bahia, na década de 1990. Hoje, Salvador sedia etapas de vários circuitos nacionais de corrida de rua e continua a atrair grandes eventos, como a Meia Maratona Caixa/CORREIO, que acontece no próximo dia 11.
Estrutura precária levou atletas pra rua O que hoje é motivo de orgulho para os baianos é fruto de uma realidade que até hoje envergonha os desportistas locais. Segundo Og Róbson, a Bahia já foi referência no atletismo, quando os atletas treinavam nas pistas da Fonte Nova, da Ufba ou da Vila Militar, nos Dendezeiros. "Todos os estados foram ganhando pistas sintéticas e nós ficamos pra trás, correndo em pista de pó de pedra", recorda Og. "A única alternativa passou a ser a corrida de rua", completa. E hoje, a Bahia é mais uma vez referência na corrida de rua com o líder do circuito nacional Caixa, Giomar Pereira da Silva, que treina em Juazeiro mas corre pelo Cruzeiro, de Minas Gerais. Marluce Queiroz (2º), Edielza Guimarães (4º) e Eliane de Jesus (5º) também brilham no circuito feminino.