O empate em 0 a 0 com a Venezuela não deve ser visto como o vexame que seria em outros tempos, afinal não se trata da ‘vinotinto’ de décadas atrás. O resultado tampouco deve comprometer o futuro do Brasil na Copa América, embora com quatro pontos não haja, por ora, vaga garantida. Mas há outros prejuízos que a noite da Fonte Nova deixou para o time de Tite.
Trinta anos depois da célebre vaia da Copa América de 1989, a Bahia voltou a ficar hostil. E numa competição em casa, para um time que tenta se reestruturar, é algo especialmente preocupante. O Brasil não foi desastroso, tampouco totalmente convincente. Mas foi especialmente ansioso conforme o tempo passava. Não ajudaram também os três gols anulados, dois deles após consultas ao VAR. Aliás, já são cinco gols sofridos pela Venezuela no torneio, todos anulados.
Nas circunstâncias, a seleção encontrou o pior pesadelo: uma parede defensiva montada de forma competente. Mas a seleção ainda se perde em suas ideias na hora de agredir o adversário. Do time mais móvel do primeiro tempo à equipe fixa demais da segunda etapa, mostrou problemas a resolver e jogadores por vezes desconfortáveis em algumas funções.
Problemas a solucionar
Houve bom futebol em parte da primeira etapa. Ali, o time tentava se organizar em torno da mobilidade de Firmino, dos movimentos de Richarlison da ponta para a área, da interpretação dos laterais do momento de ocupar o lado do campo ou construir pelo centro. Tudo isso exige um entrosamento que ainda não há. Firmino está acostumado a sair da área e tocar rapidamente para companheiros que infiltram no tempo certo. Na seleção, ainda não ocorre. Coutinho não acha seu lugar, mesmo mais perto da área rival. O time busca aproximações para jogar, mas o fazia sempre pelo meio, afunilando demais o jogo. Richarlison teve bons momentos pela direita, mas David Neres, muito fixo na esquerda, sentia o jogo. Cresceu ao mudar de lado, mas aí Richarlison sentiu.
A entrada de Arthur melhorou o Brasil ao dr ao time um meia com mobilidade, bom passe, giro, dinâmica. E facilitava que a seleção tivesse controle da bola. Mas Arthur reluta em participar do jogo perto da área rival. Por vezes, o time se separava em dois blocos.
Ainda assim, uma combinação de Firmino e Arthur quase deu o gol a Neres. Richarlison fez o goleiro trabalhar e Firmino teve gol anulado após cometer falta. O Brasil levou só um susto, em cabeçada de Rondón.
Tite sacrificou Richarlison para colocar Gabriel Jesus pela esquerda. Foi partindo para um modelo de jogo com posições cada vez mais fixas. Aberto, Jesus sentia. Quando era agressivo para buscar a área, acrescentava muito ao time. Depois, passou a fazer dupla com Firmino no centro do ataque quando Tite tirou Neres e pôs Éverton na esquerda. Daniel Alves virou quase o ponta na direita.
O Brasil criou chances suficientes até para ganhar, além de ter tido dois gols anulados na etapa final, um deles por detalhe do toque em Firmino após a finalização de Coutinho. Mas o time já tinha menos aproximações para triangular, o jogo não fluía. Há muitos acertos a fazer num ambiente um tanto mais tenso.
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Redação iBahia
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