Dante se prepara pra Copa, e família ensaia torcida rumo ao hexa

Ao chegar no Largo do Binóculo, na descida do Hospital Salvador, na Federação, qualquer um sabe onde fica a casa de dona Didi. Basta descer 41 degraus no beco conhecido como Vila Raul e chegar na casa da avó de Dante. Em dias de jogos do Brasil, ali vira a residência de toda a família, que se espreme cheia de felicidade na acanhada sala para acompanhar o zagueiro cabeludo com a camisa canarinho.

Quem tem emprego sai mais cedo e dá um jeito de chegar. Quem está mais tranquilo prepara o banquete regado a pãozinho, empada, refrigerante para os mais novos e, lógico, a boa e velha cervejinha. Ontem, então, nem se fala. Titular na vitória de 4x0 sobre o Panamá, em Goiânia, Dante foi festejado pelos familiares, atentos pela televisão a todos os movimentos do zagueiro baiano, tranquilão durante a goleada no Serra Dourada.

Com pouco trabalho em campo, Dante certamente encontrou dificuldades para acompanhar a resenha no grupo da família no WhatsApp (aplicativo de troca de mensagens no celular). "Como não dá pra todo mundo falar pelo telefone, criamos o grupo pra todos manterem contato com Dante. Ele sempre está ligado e comentando", revela a irmã Dandara, de camisa tricolor do Bayern Munique, atual clube do irmão famoso.

O privilégio do contato mais frequente fica com a mãe, dona Vera, que inclusive pretende encontrar o filhão em Fortaleza, onde a Seleção enfrenta o México, dia 17, no Castelão. "Falei com ele domingo e ele me disse que estava bem treinado e que ia fazer de tudo pra mostrar seu futebol pra Felipão. Não deu outra", comenta dona Vera, com a camisa 13 do filho utilizada na conquista da Copa das Confederações.

Irreverência - Mesmo rodando pelo Brasil atrás do hexa, Dante não vai deixar de estar no quintal de dona Didi, onde o tio Dologa, tatuador de mão cheia, grafitou a imagem do sobrinho com a camisa do Brasil no muro. E o mundo artístico é vivo na família de Dante, bom de pagode.

Se a reunião de ontem não contou com o pai João Carlos, artista plástico e restaurador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o tio Robson Costa roubou a cena. Com uma peruca black power, o DJ esbanjou irreverência. "Daqui pra frente é só essa caracterização. Aqui é assim: todo mundo junto um em cima do outro e fazendo essa fé em família. Dante é muito pé no chão como a gente. Vamos ganhar essa Copacomele", conta o tio, que se coloca à disposição pra sonhada comemoração do título. "Ele gosta de samba, mas eu meto um hip hop também". Matéria original: Jornal Correio* Dante se prepara pra Copa, e família ensaia torcida rumo ao título