Os médicos que cuidam de Ricardo Gomes no Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio de Janeiro, reuniram-se na manhã desta quarta-feira (31) para passar novas informações sobre o quadro do treinador. E, mais uma vez, as notícias foram boas. Os sedativos foram retirados e o comandante vascaíno já está respondendo aos primeiros contatos. Segundo os médicos, ele esboça movimentos de ambos os lados do corpo, sendo o esquerdo muito mais do que o direito, que foi afetado. O risco de morte, no entanto, ainda existe, embora tenha diminuído consideravelmente. Clínico responsável pelo acompanhamento diário do caso, Fábio Guimarães de Miranda disse que ainda é cedo para falar sobre a possibilidade de sequelas permanentes. No entanto, ele explicou que, com as sessões de fisioterapia que terão início já nesta quarta-feira, o treinador "tem tudo para recuperar totalmente os movimentos". "As notícias são boas. Suspendemos de manhã cedo os sedativos, e após duas horas ele já apresenta reações positivas. Acordou, abriu os olhos em determinados momentos e movimentou braços e pernas, mais o lado esquerdo do que o direito, como esperado. Isso não quer dizer que ele vá ter sequelas permanentes, pois ainda é cedo para uma avaliação definitiva. Mas vamos iniciar a fisioterapia, e ele deve recuperar totalmente os movimentos. Com o período de maiores complicações terminando, ele apresenta normalidade no estado clínico, sinais vitais normais e exames de imagem compatíveis com boa evolução", explicou o médico. A visão otimista em função da recuperação faz com que nem mesmo um retorno aos campos seja descartado pelos médicos. Ricardo Gomes sofreu um acidente vascular cerebral durante o clássico entre Flamengo e Vasco, no último domingo, no Engenhão. "Ainda é cedo para falar, mas tenho a esperança muito grande de que ele possa voltar a ser treinador", disse o clínico. Além dos sedativos, o aparelho de respiração também foi parcialmente retirado. Nos últimos dias, a respiração de Ricardo Gomes era totalmente artificial. Agora, as máquinas apenas auxiliam esse processo. Apesar do clima de otimismo, o trio de médicos afirmou que a prudência continua e que, em caso de qualquer alteração, os sedativos podem voltar a ser usados. "Por enquanto isso não está previsto. Ele ainda está bastante sonolento, e o processo é bem lento. Mas o que poderíamos esperar de resposta positiva foi encontrado. Os movimentos são espontâneos, e a respiração agora é apenas auxiliar. A cada dia que passa uma batalha é vencida. A prudência é importante, mas o hospital e o quadro clínico estão fazendo o máximo", explicou Fábio. Fisioterapia - Parte fundamental no processo de recuperação para evitar as sequelas permanentes, a fisioterapia será iniciada nesta quarta-feira de forma passiva. Ou seja, o fisioterapeuta realiza os movimentos para Ricardo Gomes. O objetivo principal é evitar um possível quadro de atrofia muscular após tantas horas sem qualquer movimentação. "No estado em que ele se encontra, a movimentação é passiva. O fisioterapeuta movimenta para ele readquirir precocemente a força muscular e não realizar um quadro grave de atrofia. Além disso, ele também fará fisioterapia respiratória para não correr qualquer risco de voltar para os aparelhos", explicou Fábio. O presidente do Vasco, Roberto Dinamite, esteve no hospital nesta manhã para visitar Ricardo Gomes e se mostrou emocionado com a recuperação do treinador. "Não dá para esconder, é muita emoção. Isso é fruto da enorme corrente de oração e pensamentos positivos que todos estão fazendo pelo Ricardo. Estamos vencendo juntos cada batalha nesta grande luta pela vida. Da parte técnica, tudo foi e está sendo feito. Por isso não podemos parar com essa corrente", afirmou. Entenda o caso - Ricardo Gomes sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no segundo tempo do clássico entre Flamengo e Vasco, no último domingo, no Engenhão. Foi levado inicialmente para o centro médico do estádio e, em seguida, encaminhado para o Hospital Pasteur, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde foi submetido a uma cirurgia que durou cerca de três horas e meia. A hemorragia no cerébro em decorrência do AVC sofrido pelo treinador foi estancada, e a circulação, restabelecida. No ano passado, quando ainda comandava o São Paulo, Ricardo Gomes teve uma vasculite, considerada um pequeno AVC, e precisou ficar internado após o clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. No entanto, o médico do Vasco Clóvis Munhoz assegura que o problema não é relacionado com o enfrentado pelo treinador na outra ocasião.
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