Willian só jogou 151 minutos em cinco jogos pela Seleção. Com a camisa do Brasil, é o mais inexperiente entre os 23 convocados. Surpreendeu e tomou a vaga que poderia ser de Robinho ou de Kaká. Por outro lado, Willian, aos 25 anos, é um dos mais rodados como atleta profissional. Vive há sete anos no exterior. Jogou na Ucrânia e na Rússia até chegar à Inglaterra.
Desembarcou em Londres. Embarcou no sonho em Ribeirão Pires. No município paulista do grande ABCD, com população de cerca de 118 mil habitantes em 2013, segundo o IBGE, começou a carreira. Nos domingos à tarde, saía com o pai Severino. O passeio era um treinamento. Destro de nascimento, só podia chutar a bola como pé esquerdo. O treino deixou de ser familiar graças a um ídolo de infância. Marcelinho Carioca abriu escolinha de futebol na cidade. Willian foi aluno até enfrentar justamente uma franquia do Corinthians em amistoso. Aos 9 anos, recebeu o convite para se mudar.
Carreira - Da janela da sala, Maria José, a dona Zezé, ainda hoje vê o Parque São Jorge. Apartamento escolhido com o coração. Em casa, estava perto do filho e do clube favorito.
Willian Borges da Silva foi do alvinegro por 10 anos. Nunca estudou para outra coisa na vida. Além do futebol, admite ser fera apenas no pandeiro. Toca rápido, cadenciado, acelerado. Dita o ritmo do samba. E dos companheiros em campo. No Corinthians, 41 partidas no profissional. Foi embora durante o Brasileiro de 2007, o do rebaixamento.
Na Ucrânia, amadureceu. Até a família chegar, viveu seis meses sozinho. Entre as idas e vindas nos feriados, uma noite, quando tinha 21 anos, conheceu Vanessa. Virou a melhor companhia e mãe das filhas, um par de gêmeas.
O período em Donetsk ensinou outras lições. O meia aprendeu a unir a técnica diferenciada ao poder de marcação. Entendeu que é possível atacar com toda a liberdade sem sobrecarregar o time. Ficou mais completo. E viu a diretoria recusar uma proposta atrás da outra: Benfica, Chelsea, Tottenham. Em janeiro do ano passado, a saída foi o Anzhi, da Rússia, único disposto a pagar a multa de 35 milhões de euros (R$ 93 milhões).
Mal pisou no clube e, na horado almoço, o técnico holandês Guus Hiddink pediu que se apresentasse ao grupo subindo na cadeira. Foi exatamente como aconteceu quando estreou na Seleção, em 2011. Entre brincadeiras e gritos, ninguém o deixou falar. Virou companheiro do camaronês Eto’o e de Roberto Carlos.
A aventura durou seis meses. O magnata russo Suleyman Kerimov abriu liquidação após Hiddink deixar o projeto. Melhor para Willian, negociado com o Chelsea. Finalmente, seis anos após deixar o Brasil, entrou no clube que só via pela televisão. Em Londres, no Chelsea, realizou os sonhos da época de Ribeirão Pires. Firmou-se na Seleção Brasileira. Matéria original: Correio Meia Willian só tem cinco partidas com a camisa da Seleção Brasileira
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade