Moradores fazem rateios e mutirões para entregar decoração

Grampeando as últimas bandeirolas verdes e amarelas em um longo cordão de plástico, o adolescente Ítalo Vinícius, 17 anos, corre contra o tempo para decorar a rua onde mora antes que a Copa do Mundo comece. Ítalo e os vizinhos da Avenida Angélica Rocha, na Federação, organizaram um mutirão para deixar o local com a cara do Brasil no Mundial: desenhos e pinturas em paredes e postes, além das tradicionais bandeirolas.

“Aqui, cada morador deu dez reais. Até quem não teve condição de dar dinheiro veio ajudar a colocar a decoração. Já fui dormir quase meia noite preparando as bandeirolas”, conta o estudante.

A movimentação na via é a prova que os ajustes finais, às vésperas da Copa, em Salvador, vão além de pontos estratégicos como aeroporto e pontos turísticos. Nas últimas semanas, pessoas de todas as partes da cidade se mobilizaram com rateios e vaquinhas para decorar ruas, casas, comércios, becos e vielas.

No Vale da Muriçoca, por exemplo, a escadaria da 1ª Travessa Sérgio de Carvalho ganhou as cores do Brasil em cada um dos seus mais de 500 degraus. Os organizadores do mutirão não estipularam uma taxa fixa de contribuição. De acordo com o mestre de obras Robson Dias, variaram entre R$ 10 e R$ 30. “Dependeu mesmo de quanto a pessoa podia pagar. Arrecadamos mais de R$ 300 e conseguimos pintar a escadaria do primeiro ao último degrau e cobrir tudo de bandeirolas”, explica.

Lucrando - Enquanto uns gastam para vestir a cidade de verde e amarelo, há quem ganhe com isso. É o caso da ambulante Luciele Santos, que vende camisas e acessórios da Seleção na região do Iguatemi. “A procura está grande. As que mais vendem são as camisas do Brasil. Torço que até o início da Copa já tenham esgotado”, afirma a vendedora. Na bancada, o manto da Seleção Brasileira custa, em média, R$ 30.

Matéria original: Jornal Correio Moradores fazem rateios e mutirões para entregar decoração a tempo