Sem nunca terem visto a Seleção campeã, crianças imaginam o gosto

Nenhum dos pequenos torcedores da foto acima era nascido quando os capitães Bellini, Mauro, Carlos Alberto Torres, Dunga e Cafu levantaram a taça de campeão nas Copas do Mundo de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, respectivamente. Essa nova geração de apaixonados por futebol vive a expectativa de ver pela primeira vez a Seleção Brasileira levantar o caneco e não esconde a ansiedade para comemorar o hexacampeonato. “Deve ser uma emoção muito grande. Eu vou chorar demais”, prevê a estudante Lara Santos, confiante no título.

Lara tem apenas 10 anos, assim como os coleguinhas Alexia Bittencourt e Rafael Santana. Mais velhos do grupo, eles são os porta-vozes dessa minitorcida organizada formada por estudantes com idades entre 3 e 10 anos. “Eu tenho muita vontade de ver o Brasil ganhar”, vibra Alexia. “Quero ver todos os jogos da nossa Seleção. Acho que vai ter muita gente torcendo e comemorando muitos gols. Tô feliz da vida e com uma expectativa muito grande”, emenda Lara, com um sorriso largo estampado no rosto.

Eles estudam em uma escola localizada na Região Metropolitana de Salvador e visitaram a Fonte Nova pela primeira vez no mês passado. O estádio será palco de seis jogos do Mundial: Espanha x Holanda, Alemanha x Portugal, Suíça x França, Bósnia x Irã e mais um confronto nas oitavas e outro nas quartas de final. “Gostei muito do estádio. Acho muito legal ser aqui. Estou ansioso para ver os turistas alemães, franceses e espanhóis”, empolga-se Rafael.

Professora da turma, Tereza Gonçalves acompanha a empolgação da criançada diariamente. “Eles falaram a semana toda sobre essa visita à Fonte Nova. Teve criança que nem dormiu. Eles estão muito ansiosos pra ver o Brasil ser campeão. Nosso país é apaixonado por futebol, e eles crescem com isso. O esporte é muito importante pra eles”. A curiosidade sobre a Copa do Mundo é tamanha que a temática foi transformada em assunto de prova. “A gente está estudando os países que vão estar aqui e a cultura de cada um”.

Aos 43 anos, Tereza já se emocionou com alguns mundiais e entende a empolgação dos alunos. Ela nasceu em 1970, ano em que o Brasil conquistou o tricampeonato, mas derramou as primeiras lágrimas de alegria em 1994, na conquista do tetra, nos Estados Unidos. “Foi marcante quando Bebeto fez aquela homenagem para o filho dele. Aquela dupla Bebeto e Romário era muito boa”, lembra.

Para a nova geração, não tem atacante mais badalado que Neymar. O camisa 10 da Seleção Brasileira é o preferido dos torcedores mirins. “Neymar é o jogador que eu mais gosto, ele é um grande jogador”, diz Alexia. “Gosto de tudo nele, o jeito dele jogar, o cabelo... Acho ele muito bonito. Eu amo Neymar”, declara Lara. “Ele é o craque do time”, resume Rafael.

Neymar e companhia terão a missão de presentear essa galerinha com um título mundial. Faltam apenas dois dias para o sonho desses minitorcedores começar a se concretizar ou não. “Tô contando os minutos para a Copa do Mundo chegar”, diz Lara, ansiosa. “Acho que o Brasil vai ganhar essa Copa sim. É um time vencedor. Felipão tem uma cara mais ou menos de carrancudo, mas gosto dele”, confia Alexia. “Vai ser campeão, sim. Tem vários craques. Quando ganhar, eu vou ficar muito feliz e tocar muitas bombas. Não vou perder isso. Vou ver o Brasil ser campeão!”, promete Rafael. Que venha o hexa. Matéria original: Jornal Correio* Sem nunca terem visto a Seleção campeã, crianças imaginam o gosto