A lendária seleção de 70 é a exceção que confirma a regra de Bebeto. Entre as Feras do Saldanha, comandadas por Zagallo na conquista do tri, no México, não havia um baiano sequer. Nas outras quatro estrelas do escudo, sim. O já falecido zagueiro Zózimo foi reserva em 58 e titular em 62; também zagueiro, Aldair jogou com Bebeto em 94; Dida, Júnior Nagata, Vampeta e Edilson foram reservas em 2002, ano do penta.
Uma honra restrita a apenas sete pessoas nesta Bahia de atuais 15 milhões de habitantes (IBGE 2013). Daniel Alves e Dante têm a missão de aumentar a lista do estado. “Acho que é histórico não só para a Bahia, mas para todo o Brasil. Vencer essa Copa do Mundo, em casa, é um sonho de todos nós. Vamos trabalhar muito para que isso aconteça”, comenta o zagueiro de 30 anos do Bayern de Munique, que começou a carreira no Galícia. Maneca (1950), Luís Pereira (74), Toninho (78) e Júnior Baiano (98) completam o time de 11 baianos que já disputaram o Mundial.
Alegria - A Bahia carrega o estereótipo da alegria, mantido pelos dois representantes que tentarão o hexa. Ano passado, nas viagens da Seleção durante a Copa das Confederações, Dante e Daniel Alves estavam sempre acompanhados por um cavaquinho, rebolo ou pandeiro. A geração de 2002 não era diferente.
“Dida era mais fechado, sempre foi. Mas Vampeta e Edilson eram a alegria do grupo, cara. A gente se reunia no quarto eu, Vampeta, Edilson, Luizão... Baianos dão sorte, né?”, brinca Júnior Nagata, lateral-esquerdo reserva de Roberto Carlos em 2002, que teve a honra de balançar as redes naquela Copa, na goleada de 5x2 contra a Costa Rica.
Júnior revela que o ambiente na concentração era bom e que, por baixo do bigode, há um Felipão divertido. “Em 2002 tinham dias que, na concentração, tinha bingo, jogava sinuca, a gente ficava tocando samba. Quando ia treinar, a gente levava os instrumentos no ônibus. Era descontraído, e Felipão gostava disso, de um ambiente solto. Na hora do trabalho, realmente era fortíssimo”, conta, aos 41 anos, aposentado e de volta a Santo Antônio de Jesus após abrir um restaurante de comida francesa em Belo Horizonte – do qual já saiu da sociedade.
Ele elogia o comandante do penta e do possível hexa e analisa por que o treinador consegue formar o que chamam de família Scolari. “Ele é transparente naquilo que faz. Lógico que, na hora do trabalho, ele trabalha bastante. Mas ele passa alegria, passa confiança. Não é aquele treinador autoritário que acha que ‘eu que mando e vocês são meus comandados’. Por isso, na Copa de 2002, todos nós abraçamos aquela família Scolari e deu tudo certo”.
Matéria original: Jornal Correio* Sete baianos já foram campeões do mundo; Daniel e Dante na fila
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