Para muitas pessoas, acordar é uma batalha diária. Mas e se existisse uma forma de programar o alarme para um momento em que o sono não está tão profundo, tornando o despertar mais suave? É isso que a prática que tem ganhado popularidade nas redes sociais promete: a contagem dos ciclos do sono.
A influenciadora Gabi Brandt deu o que falar após publicar um vídeo sobre sua rotina de sono nas redes sociais. O depoimento gerou o debate sobre qual seria a melhor posição para dormir. Gabi disse que, desde que passou a adotar o cálculo dos ciclos, acorda "bela, tipo num filme de princesa". "Antes eu demorava muito tempo para acordar, precisava colocar cinco, seis alarmes, porque não conseguia despertar”, diz Gabi.
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@gabibrandt por favor testem e me contem!!! nunca mais tive dificuldade pra acordar
♬ som original - Gabi Brandt
A promessa parte do fato de o sono ser dividido em ciclos, e que acordar no final de um deles causa menos mal-estar. O sono é, de fato, dividido em ciclos que duram, em média, de 90 a 120 minutos cada. Em uma noite, geralmente completamos de 4 a 6 ciclos. Cada ciclo consiste em quatro estágios, começando pelo NREM 1 (sono superficial), passando pelo NREM 2 (sono intermediário), NREM 3 (sono profundo) e, finalmente, chegando ao sono REM. Ao final do sono REM, o ciclo se encerra e um novo começa.
No estágio NREM, não há a movimentação dos olhos durante o sono, mas é nessa fase que acontece o repouso físico e também o auxílio do sistema imunológico. Enquanto isso, no REM há movimentação dos olhos, o que contribui para o repouso psicológico e bem-estar emocional.
"Os ciclos do sono são vitais para diversas funções fisiológicas e psicológicas, contribuindo para a manutenção da saúde e do funcionamento eficiente do corpo e da mente", afirma o médico pneumologista Francisco Hora Fontes, que é especialista em sono.
Ciclo do sono: quais as fases e como funcionam
O primeiro estágio acontece uma transição da vigília para o sono, o estado entre estar acordado e dormindo. Após 90 minutos, inicia o segundo estágio, com o sono mais leve. Nesse ciclo também ocorre a diminuição da temperatura e dos batimentos cardíacos e respiratórios.
Ao finalizar o segundo estágio, o corpo entra em sono profundo, terceiro estágio. Em seguida, o corpo inicia o quarto estágio, ainda em sono profundo. Nessa fase acontece a liberação dos hormônios ligados ao crescimento e a recuperação das células dos órgãos.
Esses quatro primeiros estágios são classificados em NREM, ou seja, fase que não tem o movimento rápido dos olhos. O último estágio dos ciclos do sono é o REM, no qual as ondas cerebrais estão mais ativas. É nessa fase que o corpo fica imóvel, apenas os olhos se mexem e os sonhos acontecem. É nessa fase que há o descanso profundo e a memorização.
Qual a importância dos ciclos do sono?
Segundo especialistas, o ideal é que adultos durmam entre 7 e 9 horas por dia. Porém, segundo esse viral, as pessoas devem dormir entre 6 e 9 horas por noite. Assim, é possível acordar antes de finalizar o descanso profundo e levanta mais disposta para enfrentar o dia.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o recomendado para adultos de 18 a 60 anos são 7 horas ou mais de sono. Pessoas entre 61 a 64 anos devem descansar por 7 a 9 horas; e quem tem 65 anos entre 7 a 8 horas por dia.
"As consequências do sono comprometido serão múltiplas, como, por exemplo: memória fraca, humor depressivo, irritabilidade, ganho de peso, concentração e aprendizado comprometidos, imunidade baixa com maior susceptibilidade às viroses. Enfim, dormir bem é fundamental", pontua o médico Francisco Hora Fontes.
Sendo assim, o ciclos do sono são fundamentais para a saúde e o bem-estar. São neles que ocorre o desempenho de várias funções críticas para o corpo e a mente. São elas: recuperação física; processamento e consolidação da memória; regulação emocional; funções cognitivas; saúde cardiovascular; equilíbrio hormonal e desintoxicação cerebral.
AUTOR
Julia Gabriela
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