Uma idosa de 88 anos devolveu voluntariamente uma arara-vermelha em Santa Cruz Cabrália, no extremo sul da Bahia. A ave, considerada em risco de extinção, foi entregue junto com dois papagaios, um sabiá e um chorão, nesta quinta-feira (12).
De acordo com a Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental de Porto Seguro (CIPPA/Porto Seguro), durante uma ronda na cidade, o senhor Osvaldo de Jesus Santos fez contato com a guarnição, dizendo que queria realizar uma devolução voluntária de aves silvestres.
Leia também:
Ao comparecer a local, a equipe encontrou a arara-vermelha e as outras aves, que estavam sob cuidado da idosa de 88 anos.
A senhora mantinha as aves como animais de estimação, sem saber que a prática é ilegal. Ainda segundo o CIPPA, após explicarem sobre o crime ambiental, ela entregou as aves.
Osvaldo, que não teve a sua ligação com a idosa informada, ajudou a recolher os animais e assinou o termo de entrega voluntária.
Os pássaros foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) de Porto Seguro.
Saiba mais sobre a arara-vermelha, animal ameaçado de extinção
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), originalmente, a arara-vermelha costumava viver em quase todo o Brasil, exceto em alguns estados do Nordeste e do Sul.
Na natureza, elas se alimentam de diversos frutos e sementes e ajudam a espalhar sementes maiores, o que faz a vegetação crescer mais nas áreas onde vivem.
Embora antes fosse comum na Mata Atlântica, a arara-vermelha foi extinta do litoral brasileiro devido ao desmatamento e à captura ilegal. Hoje, suas populações estão principalmente nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. Na Bahia, a arara-vermelha é considerada ameaçada, e em Porto Seguro, no extremo sul do estado, ela é vista como extinta.
Os primeiros registros da arara-vermelha no sul da Bahia foram feitos por Pero Vaz de Caminha, que a descreveu como um grande e bonito papagaio vermelho. Outros viajantes, como o príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied no século XIX, também viram essas aves e registraram sua presença desde o Rio Mucuri até Salvador.
Brenda Santos
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!