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Câncer se torna a principal causa de morte, diz pesquisa

Cientistas mostraram evidências de uma nova 'transição epidemiológica' global entre diferentes tipos de doenças crônicas

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Redação iBahia

03/09/2019 às 10:27 • Atualizada em 31/08/2022 às 9:12 - há XX semanas
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O câncer ultrapassou as doenças cardíacas como a principal causa de morte nos países ricos e pode se tornar a maior no mundo em poucas décadas se as tendências atuais persistirem, apontam pesquisadores. Em estudos publicados nesta terça-feira, cientistas disseram que mostraram evidências de uma nova "transição epidemiológica" global entre diferentes tipos de doenças crônicas.

Embora as doenças cardiovasculares continuem sendo a principal causa de mortalidade em todo o mundo entre os adultos de meia-idade - representando 40% de todas as mortes -, esse não é mais o caso nos países de alta renda, onde o câncer mata agora o dobro de pessoas que as doenças cardíacas.

— Nosso relatório constatou que o câncer é a segunda causa de morte mais comum em todo o mundo em 2017, respondendo por 26% de todas as mortes. Mas, como as taxas de (doenças cardíacas) continuam a cair, o câncer provavelmente se tornará a principal causa de morte no mundo, dentro de apenas algumas décadas — disse Gilles Dagenais, professor da Universidade Laval de Quebec, no Canadá, que co-liderou o trabalho.

Das 55 milhões de mortes estimadas no mundo em 2017, disseram os pesquisadores, cerca de 17,7 milhões foram causadas por doenças cardiovasculares - um grupo de condições que inclui insuficiência cardíaca, angina, ataque cardíaco e derrame.

Em países de alta renda, o tratamento comum, com estatinas para baixar o colesterol e medicamentos para pressão arterial, ajudou a reduzir drasticamente as taxas de doenças cardíacas nas últimas décadas.

Dagenais e seus colegas disseram que suas descobertas sugerem que as taxas mais altas de mortes por doenças cardíacas em países de baixa renda podem ser principalmente devido a uma menor qualidade dos cuidados de saúde.

A pesquisa constatou que as taxas de primeira internação e o uso de medicamentos para doenças cardíacas foram substancialmente mais baixos nos países mais pobres e de renda média do que nos países ricos. A pesquisa foi parte do estudo Prospectivo Epidemiológico Urbano e Rural (PURE), publicado no período científico The Lancet e apresentado no Congresso da ESC em Paris.

Os países analisados incluíram Argentina, Bangladesh, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Índia, Irã, Malásia, Paquistão, Palestina, Filipinas, Polônia, Arábia Saudita, África do Sul, Suécia, Tanzânia, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Zimbábue.

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